Esgoto e saúde

Esgoto e saúde

(Por Valter José Gallina*, dc, 16/06/2015)

Uma mudança no saneamento básico está em andamento em Santa Catarina. Para deixar a 18ª colocação no ranking nacional de cobertura de esgoto, a Casan está investindo cerca de R$ 1,1 bilhão em 28 municípios, o que colocará o Estado entre os quatro primeiros lugares nessa estatística até 2018.

As obras afetam a rotina dos cidadãos, mas felizmente ficou para trás a mentalidade de quem temia associar seu nome a investimento em saneamento. No passado, era considerado um dinheiro que resultava em transtornos e impopularidade. Hoje é reconhecida como obra geradora de qualidade de vida. Por onde passar uma rede de esgoto, os moradores frequentarão menos postos médicos e hospitais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, um dólar aplicado em sistema de esgoto sanitário equivale a cinco dólares a menos no sistema de saúde.

Em 2013, pelo menos 2,1 mil brasileiros morreram diagnosticados com infecção gastrointestinal. O Instituto Trata Brasil afirma que o número seria 15% menor se toda a população tivesse acesso à rede de esgoto. Qualidade de vida já é um fator de referência na área de economia, pois os principais importadores se valem do Índice de Desenvolvimento Humano para credenciar um Estado ou país como fonte exportadora.

Asfalto, pontes ou entrega de viaturas ganhavam mais ibope nas cerimônias públicas do passado, quando o cidadão não exigia e o gestor público não se sentia obrigado a entregar saneamento.

Isso está mudando. A posição atual de Santa Catarina no ranking ainda é incômoda, mas, em sete anos, a cobertura de esgoto saltou de 12% para 19,6%. A se confirmarem as negociações com o banco alemão KFW, para financiar rede coletora e estações de tratamento em 80 municípios, o Estado alcançará padrões invejáveis de qualidade de vida. Esgoto é saúde. Para cada dólar investido em saneamento, economizam-se cinco no sistema de saúde

Presidente da Casan*