19 maio Números apontam deficiência em mobilidade urbana no Estado
Desde o final da década de 1990 até os dias atuais, locomover-se pelas cidades de Santa Catarina tornou-se um desafio.
A Pesquisa de Mobilidade Urbana em Santa Catarina, realizada pela Fecomércio-SC (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina), aponta que, hoje, o Estado registra uma média de 30,6 automóveis para cada 100 habitantes, o que significa que há 1.906 milhões de automóveis para 6.234 milhões de pessoas.
A Fecomércio destaca que o cenário de aumento de renda e de queda na inflação e no desemprego na última década foi determinante para a elevação do consumo de bens duráveis, como os automóveis. Porém, o novo padrão dos catarinenses não foi acompanhado de melhorias de infraestrutura urbana, causando gargalos nos trajetos municipal e intermunicipal, agravado pelo alto índice de trabalhadores que moram em uma cidade, mas trabalham em outra. Por outro lado, nem sempre o problema de mobilidade urbana está relacionado à concentração e ao crescimento urbano. As cidades pouco urbanizadas também sentem as dificuldades, comprovando a necessidade de investimentos em infraestrutura.
A Grande Florianópolis é o principal gargalo de mobilidade urbana do Estado. Registra um dos maiores percentuais de moradores que trabalham fora de suas cidades. Dentre os municípios que compõe a região metropolitana, aparecem neste ranking: Governador Celso Ramos (40,57%), Biguaçu (39,72%), Palhoça (38,34%), São José (35,35%), Santo Amaro da Imperatriz (32,18%) e São Pedro de Alcântara (30,92%). Dados do Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável) constatam que 60% das viagens por trabalho na Grande Florianópolis são realizadas de automóvel. O estudo mostra ainda que 172.200 veículos e 24.500 motocicletas cruzam as pontes Ilha e Continente por dia.
Os municípios que fazem parte da Região Metropolitana de Florianópolis, segundo a Fecomércio, também figuram no ranking das cidades onde as pessoas levam mais de uma hora no trajeto casa-trabalho, entre um município e outro: Águas Mornas (14,42%), Santo Amaro da Imperatriz (13,52%), Antônio Carlos (11,19%), Governador Celso Ramos (10,51%), Palhoça (10,37%), Florianópolis (8,17%), São Pedro de Alcântara (7,13%) e Biguaçu (7,06%). Já os moradores que também trabalham na mesma cidade e levam entre meia hora e uma hora, nesse mesmo trajeto, pertencem principalmente aos municípios de Biguaçu (34,15%), Palhoça (29,22%), São José (28,77%), Florianópolis (24,76%), Águas Mornas (27,92%) e Santo Amaro da Imperatriz (21,48%).
O presidente da AEMFLO e CDL-SJ, Marcos Souza, lamenta o descaso dos governantes e espera que a mobilidade urbana seja tratada com urgência para minimizar a situação caótica que se enfrenta. “A necessidade de repensar a mobilidade urbana é tema recorrente de críticas e reclamações dos cidadãos e da classe produtiva, que tem o custo de transporte aumentado em função da falta de planejamento e infraestrutura. Precisamos de soluções rápidas e também efetivas para amenizar o caos que enfrentamos diariamente. Já sugerimos, por meio de ofício, solução para a fluidez do trânsito entre São José e Florianópolis, como as modificações na av. Marinheiro Max Schramm, mas para sairmos das medidas paliativas, é necessário iniciar a obra da Beira Mar de Barreiros”, conclui.
(Aemflo, 13/05/2015)