28 abr “É preciso criar empregos no Continente”, diz Cassio Taniguchi sobre mobilidade da Grande Florianópolis
Figura chave no desenvolvimento urbano da região de Curitiba nos últimos 40 anos, o ex-prefeito da capital paranaense e hoje titular da Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, Cassio Taniguchi, defende que a criação de empregos no Continente é fundamental para aliviar a sobrecarga no transporte da região da capital catarinense. Um dos convidados do 6º Fórum Internacional sobre Mobilidade Urbana, que segue ao longo desta segunda-feira (27) no auditório da OAB/SC, Taniguchi citou Curitiba e Brasília para ilustrar o problema. O Fórum tem apoio da Comissão de Transportes e Mobilidade Urbana da OAB/SC.
Na região de Curitiba, a preocupação com a descentralização dos empregos na capital começou há 40 anos. Em Brasília, onde o Plano Piloto tem 220 mil habitantes e 1 milhão de trabalhadores durante a semana, ações nesse sentido são mais recentes. Uma iniciativa, elogiada por Taniguchi, foi o afastamento do centro administrativo do Distrito Federal, antes localizado no Plano Piloto. Essa transferência está em curso.
Na região de Florianópolis, 60% dos empregos são concentrados na ilha, causando sobrecarga nas pontes, que no pico da tarde registram a passagem de 7,7 mil carros e caminhões (que transportam de 10 a 11 mil pessoas), mil motos e 280 ônibus (com 9 mil passageiros). O número de passageiros de ônibus poderia, segundo Taniguchi, chegar a 20 mil. Para isso, entretanto, é preciso qualidade para competir com as vantagens do transporte individual. “O transporte coletivo ainda leva o dobro do tempo em relação aos carros. Precisa ser competitivo, deve ter ar condicionado e outras condições que os carros têm”.
Apesar da sobrecarga já verificada nos horários de pico, o cenário projetado para o futuro é ainda mais preocupante: em 2040, a região deverá ter 37% mais habitantes, 136% mais veículos e 51% mais domicílios. “Tem que mudar rapidamente. As propostas estão aí, como reestruturação do transporte, melhorias na infraestrutura do transporte, plano cicloviário, áreas de estacionamento, plano diretor de uso do solo metropolitano e outros”. O transporte marítimo é para Taniguchi uma alternativa, mas que esbarra no alto custo.