04 fev Turismo – Simpatia x hospitalidade
(Da coluna de Viviane Bevilacqua, DC, 04/02/2015
Simpatia é uma coisa. Hospitalidade é outra. Acabo de ler um texto enviado pela assessoria do Ministério do Turismo, afirmando que a arte de receber bem o turista é uma característica marcante do brasileiro – e um bem valioso para o turismo no país.
Acredito que somos, na verdade, mais simpáticos e acolhedores do que a maioria dos outros povos. Mas hospitalidade, no sentido de atender bem, com serviços de qualidade, ainda está longe de ser a nossa realidade, com raras e honrosas exceções.
Somos amadores, mas cobramos como profissionais. Fazer turismo no Brasil é caro – não é à toa que milhares de pessoas optam, todos os anos, em viajar para o exterior, mesmo tendo tantas belezas ainda por conhecer nas terras tupiniquins. Sim, o povo brasileiro é muito acolhedor.
Mas, a menos que o turista tenha cacife para frequentar beach clubs, restaurantes, casas noturnas e hotéis multiestrelados, que são poucos, terá que se munir de muito bom humor para não se aborrecer com o amadorismo, especialmente no setor de prestação de serviços.
Os problemas vão desde a falta de profissionais que falem outra língua (quem não lembra do “toda vida right” disparado pelo funcionário do Centro de Atendimento ao Turista, de Florianópolis?) até a qualidade do que é servido nos restaurantes, serviços oferecidos nos hotéis, infraestrutura à disposição nas praias, equipamentos de lazer… Dá para contar nos dedos as cidades brasileiras realmente bem preparadas para receber os turistas. Hospitalidade é isso. O sorriso e a malemolência são apenas simpatia.