19 fev Comerciantes do Camelódromo Centro Sul ganham mais 10 dez dias para desocupar imóvel
Os comerciantes dos 154 boxes do Camelódromo Centro Sul, em Florianópolis ganharam mais 10 dias para desocupar o imóvel. A data limite sentenciada pelo juiz federal Hildo Nicolau Peron, para o dia 17 de fevereiro, foi ampliada para o dia 26 deste mês, após uma recontagem no despacho.
A sentença que decidiu pela remoção do camelódromo foi publicada no dia 17 de agosto de 2013, após ter sido adiada duas vezes pela Justiça Federal.
O terreno de 32 mil m2 no aterro da baía Sul, onde está o camelódromo é utilizado pelo município, mas pertence a União.
Apesar de não ter como recorrer à decisão, os comerciantes afirmam que irão lutar por seus direitos. Caso não sejam realocados, ameaçam retornar para a rua Conselheiro Mafra e trabalhar na rua.
Para quem está no local desde o seu início o sentimento é de revolta. “Todo dia é uma desculpa para a prefeitura nos atender. Estamos sendo tratados como lixo. Somos apenas trabalhadores querendo nossos direitos, estamos aqui há 17 anos, não podemos simplesmente ser jogados para a rua. Não temos para onde ir”, reclamou Eliane Arsênio Adriano.
O medo dos comerciantes é de que o local, que já sofre com insegurança, descaso e presença de inúmeros moradores de rua, mesmo durante o dia, piore ainda mais. “Aqui não tem policiamento, ou vai virar um estacionamento ou antro de drogas, como já é. Nós que cuidamos da segurança, que movimentamos o local”, diz Ivonete Rabelo.
Apesar de o movimento ter diminuído nos últimos anos, os comerciantes temem perder a única fonte de sustento de suas famílias. “Batalhamos o ano todo, convivemos com a insegurança, o movimento é fraco e ainda querem tirar o nosso sustento. É pouco, mas é o que temos”, lamenta o comerciante Clovis Adriano.
A prefeitura de Florianópolis, no entanto, garante que por também ser réu no processo, não pode ir contra a decisão. “O processo obriga a desocupação.
Eles não podem exercer a atividade sem a licitação. Infelizmente não temos esse poder, estamos impedidos legalmente”, explicou o procurador geral do estado, Alessandro Abreu.
(ND, 19/02/2015)