A burocracia que amaldiçoa Florianópolis

A burocracia que amaldiçoa Florianópolis

Às vezes, a gente tem a sensação de que Florianópolis é uma cidade amaldiçoada pela burocracia, pela burrice e pela estupidez. Tomemos como exemplo o aterro da baía Sul, área implantada no início da década de 1970, projetada pelo paisagista Burle Marx para ser um espaço humanizado e verdejante.

O projeto nunca foi implantado e, ao longo dos anos, o aterro transformou-se num lugar largado, sem cuidados básicos, com estacionamentos de ônibus, latrina a céu aberto, além de ponto de concentração de bandidos, consumidores de crack e flanelinhas.

Monstrengos urbanísticos, como o Direto do Campo, um estacionamento (entre outros) administrado pela prefeitura e o Camelódromo CentroSul vêm sendo eliminados desde o início de 2013, por meio de decisão judicial, a pedido do Serviço de Patrimônio da União.

O camelódromo deve ser retirado até o dia 17 deste mês, com a retomada da posse do terreno por parte da União. Mas o que nos deixa pasmos é que a desativação das áreas não serve a qualquer propósito. Lá se vão dois anos desde que o estacionamento da Comcap e o galpão do Direto do Campo foram suprimidos da paisagem.

E o resultado? Nenhum. São espaços abandonados, desvalorizados, desprezados, numa cidade tão carente de praças, espaços verdes e outros locais de convívio social – como previa o projeto de Burle Marx há 40 anos! Desativado, o camelódromo terá o mesmo destino das outras ocupações?

(ND, 12/02/2015)