A escassez que nos assombra

A escassez que nos assombra

(Da coluna de Carlos Damião, ND, 26/01/2015)

“Quanto à água potável e à energia elétrica, as pessoas se mantêm na preocupação de pagar mais ou menos. Em pouquíssimo tempo – já está acontecendo aqui, como acontece em outros lugares do mundo – a questão será ter ou não ter.

Aí veremos que os preços, afinal, não são o principal”. Observação muito pertinente do jornalista Aderbal Machado, sobre um drama que está abalando o Brasil neste início de 2015. Discuti o assunto no fim de semana com amigos paulistas que veraneiam em Florianópolis.

A situação de água e energia em São Paulo está estimulando mais gente de lá a adotar uma medida radical: mudar para Santa Catarina. Esses amigos já estão preparando a transferência para Florianópolis.

Virão em julho, vão ganhar bem menos, mas querem garantir água na torneira e energia para a família, pelo menos enquanto o problema não nos atingir de forma tão “democrática” quanto em São Paulo. E me dizem que mais amigos estão fazendo o mesmo.

A questão não é recebê-los – sempre fomos hospitaleiros –, mas saber até quando aguentaremos, com tantos problemas de mobilidade, infraestrutura, segurança, poluição etc.

Faz anos que estamos no limite prudencial de água e energia, aguentando a incorporação de dezenas de milhares de novos moradores (e empreendimentos imobiliários às pencas), sem que o poder público dê conta de sua parte. Às vezes até ajudando a piorar tudo, não só pela omissão, mas também por causa de decisões equivocadas.

Obrigação Apesar da longa estiagem que afeta o Brasil, o país ainda é um dos mais ricos do mundo em termos de reservas de água doce. Mas a falta de cuidados básicos – o desperdício é regra – nos apont […] Veja mais!