Deinfra ainda não encontrou empresa que assuma reforma da Ponte Hercílio Luz em Florianópolis

Deinfra ainda não encontrou empresa que assuma reforma da Ponte Hercílio Luz em Florianópolis

Duas semanas após a empresa TDB Produtos e Serviços Ltda anunciar que não assumirá as obras emergenciais da Ponte Hercílio Luz, o Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura) ainda não sabe como dar continuidade à reforma do maior símbolo de Florianópolis.

Paralisado desde junho deste ano, dois meses antes do governo rescindir o contrato com a construtora Espaço Aberto, o trabalho tem como objetivo dar estabilidade à estrutura para possibilitar a fase de restauração.

“Ainda não temos nenhuma novidade, mas o prazo para a realização das obras se mantém em seis meses após a assinatura do contrato”, disse o engenheiro Paulo Meller, presidente do Deinfra.

Uma das cotadas para assumir essa etapa da reforma, conhecida como ponte segura, é a construtora Roca Ltda, do Paraná. Procurada pela reportagem, a empresa não quis se pronunciar sobre o caso.

O impasse incomoda não só a população e a administração pública, mas também a ACE (Associação Catarinense de Engenheiros). De acordo com o diretor de atividades técnicas adjunto da ACE e responsável pelo projeto Ponte Segura Roberto de Oliveira, a demora “cria certo constrangimento até para o governo”. Um dos principais pontos de questionamento da ACE é a rescisão do contrato com a Construtora Espaço Aberto.

“Cortar o contrato assim? É o mesmo que pedir uma calça a uma costureira e, quando ela já está na metade, cancelar o pedido”, reclamou Oliveira. Segundo o engenheiro, o principal culpado pelas constantes paralisações da reforma é o Deinfra, a quem acusa de inaptidão para lidar com obras dessa magnitude.

A busca por empresas para retomar a reforma é problemática e não se limita à qualificação profissional. Oliveira acredita que as poucas construtoras que poderiam assumir o trabalho temem ser culpadas por eventuais problemas. “Quem vai assumir ser o ‘pai da criança’ se a ponte cair? Quem assume a culpa?”, indagou.

(ND, 03/12/2014)