28 nov Um canário entre as aves de rapina
A investigação da Polícia Federal demonstra, além das fraudes em contratos milionários e pagamento de propina para vereadores e funcionários da prefeitura da Capital, o uso indevido do patrimônio público de Florianópolis.
Entre os diálogos captados pelas escutas autorizadas pela Justiça está a curiosa citação de um veículo oficial usado para a compra de um canário vermelho. “Um animal macho que já esteja cantando”, pede um amigo de Júlio Pereira Machado (Caju), guarda municipal, ex-diretor do IPUF, e um dos principais nomes do esquema revelado pela Operação Ave de Rapina.
Theo Mattos dos Santos, motorista de Caju, está com o “branco”, nome dado por ambos para nominar o carro da prefeitura, quando recebe a missão de buscar a ave para o amigo de Caju. Juntando o quebra-cabeças, a investigação da PF deve demostrar que pequenos atos ilegais e esquemas menores de favorecimento também eram prática usual do grupo que dominou o Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis).
Os diálogos sobre o canário em meio às aves de rapina foi registrado em agosto deste ano pela PF e pode ser um dos crimes denunciados pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).
(ND, 26/11/2014)