14 nov Prefeitura suspende pagamento de contratos suspeitos
A Prefeitura de Florianópolis suspendeu ontem os pagamentos de todos os contratos que estão sob investigação da Polícia Federal. Enquanto isso, 23 processos são analisados por três procuradores. A prioridade das análises é para as licitações realizadas no Instituto do Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) e os eventos contratados pela Fundação Franklin Cascaes, ambos objeto da investigação da polícia que desencadeou a Operação Ave de Rapina.
O procurador-geral da prefeitura, Alessandro Balbi Abreu, afirmou que nenhum pagamento será feito até que se tenha acesso à conclusão do inquérito da PF, prevista para a próxima quinta-feira. Abreu adianta ainda que não devem ser encontradas irregularidades nos contratos, principalmente nas licitações dos equipamentos de radares, realizadas com a empresa Kopp Tecnologia, que desde fevereiro de 2013 é responsável pela fiscalização dos 122 pontos com controladores de velocidade em Florianópolis.
O procurador aguarda receber também as escutas telefônicas que darão mais base legal às denúncias.
– É provável que os vícios não estejam no processo, mas sim entre as negociações que poderiam ter ocorrido por fora – explica o procurador.
Contratos envolvidos podem ser anulados
Ontem à tarde, a Procuradoria separou os contratos por pagamentos já efetuados e os que ainda estão em continuidade. A ideia é organizar as informações e elencar as prioridades para que com a conclusão do inquérito da PF, a prefeitura tenha base legal para tomar as providências rapidamente.
Em entrevista ao Jornal do Almoço, o prefeito Cesar Souza Junior disse que não pretende esperar a conclusão da investigação para tomar providências. Garantiu que se houver base legal e forem encontradas irregularidades, os contratos sob suspeita poderão ser suspensos e os servidores envolvidos exonerados.
No dia da operação, quarta-feira, três pessoas foram demitidas do governo e desde então os gestores das pastas passaram a ser interrogados quanto a responsabilidade nas transações apontadas pela PF.
(DC, 14/11/2014)