12 nov PF combate grupo criminoso que agia na Câmara, Ipuf e Fundação Franklin Cascaes em Florianópolis
A Polícia Federal cumpriu 13, de um total de 15, mandados de busca e apreensão, além de mandados de prisão e de condução coercitiva em Florianópolis na manhã desta quarta-feira. A operação Ave de Rapina tem como objetivo desarticular uma organização criminosa voltada para a prática de crimes contra a administração pública da Capital. Segundo o delegado Ildo Rosa, entre os presos está o presidente da Fundação Franklin Cascaes, João Augusto Freyesleben Valle Pereira. O presidente da Câmara de Vereadores Cesar Faria foi detido coercitivamente para prestar depoimento. O vereador Marcos Aurélio Espíndola, o Badeko, está foragido. Os guardas municipais Julio Pereira Machado, Jean Carlo Viana e Adriano Melo também foram presos. Julio e Jean já haviam sido presos e exonerados em setembro.
De acordo com a PF, a investigação comprovou a existência de um esquema de corrupção que funcionava na Câmara de Vereadores, Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis e na FCFFC (Fundação Cultural Franklin Cascaes). O esquema envolveria recebimento de dinheiro de empresários por servidores públicos, em troca da manutenção ou elaboração de contratos milionários, segundo a PF. Ao todo foram presas 20 pessoas.
Empresas especializadas em radares e lombadas eletrônicas simulavam concorrência em licitações com o apoio de servidores, para garantir a elaboração de contratos com o poder público. Em troca, pagavam mensalmente propina aos integrantes da organização criminosa.
A investigação apurou também que empresários especializados em eventos festivos e culturais fraudavam licitações, também com a participação ativa de agentes públicos de Florianópolis, por meio do recebimento de informações privilegiadas relativas às empresas concorrentes e orientações de como proceder para fraudar a competição, com consequente desvio ou apropriação de recursos públicos.
Foi apurada também a existência de corrupção na elaboração de leis municipais em Florianópolis, com o objetivo de beneficiar empresários, que pagavam altas quantias em dinheiro para ter seus interesses estampados nas normas municipais.
Durante as investigações foram comprovados a realização de depósitos e saques do dinheiro referente à propina, com a utilização da conta de laranjas e a apreensão de um valor de aproximadamente R$ 100 mil no Rio Grande do Sul, juntamente com aditivos contratuais superfaturados afetos ao Município de Florianópolis. A operação envolveu um efetivo de aproximadamente 200 policiais. A operação também cumpre mandados em Joaçaba e nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Flores da Cunha.
(Notícias do Dia Online , 12/11/2014)