26 nov Investigação aponta jogo de cartas marcadas na Fundação Franklin Cascaes, em Florianópolis
O ex-presidente da Fundação Franklin Cascaes, João Augusto Freysleben Valle Pereira, o Guto, que continua preso pela Polícia Federal na Central de Triagem da Agronômica, é um dos principais pilares do grupo que articulava fraudes nas licitações em eventos promovidos pelo município de Florianópolis. As atividades foram flagradas em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça e que compõem o inquérito da Operação Ave de Rapina.
“É nítida a atuação da organização criminosa na fraude em licitações e outros delitos decorrentes, prática reiterada de Guto e seu grupo, sempre favorecendo empresários com quem mantém intenso contato, sobremaneira em épocas de licitação”, aponta o inquérito.
Segundo a Polícia Federal, Guto cometeu crimes que vão desde falsidade ideológica – ao solicitar emissão de notas para justificar gastos -, doações ilegais, fornecimento de informações sigilosas de licitações, até a cobrança de dinheiro para confecção de projetos pagos com dinheiro público. Guto tem ligações próximas com o vereador Marcos Aurélio Espíndola, o Badeko (PSD), e com Júlio Pereira Machado, Júlio Caju, que aproveitava a função de diretor de Operações no Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) para operar o esquema de corrupção no órgão.
Guto seria o principal articulador do esquema na Fundação Franklin Cascaes. Nessa entidade, o operador seria Naito Peres da Silva, “servidor público responsável por organizar as licitações que são fraudadas”, segundo a PF. Naito chegou a ser conduzido de forma coercitiva e foi liberado após depoimento. Ele fazia parte da comissão de licitações.
(ND, 26/11/2014).