A pedagogia da Operação Ave de Rapina

A pedagogia da Operação Ave de Rapina

A tal lista com os nomes dos vereadores de Florianópolis e os valores que receberam para votar contra o projeto Cidade Limpa causa perplexidade na Capital, porque supõe o quase total envolvimento de parlamentares com esquemas de favorecimento a empresas.

O lado positivo do “quem é quem” é a possibilidade de se reconstruir a Câmara a partir da pedagógica Operação Ave de Rapina. Há muitos anos Florianópolis vivia nessa paranoia das suspeitas. Comentava-se a boca pequena, nas rodas de bate-papo: “Sabias que o vereador fulano ganhou um imóvel para votar tal coisa?”.

Ou “sabias que o vereador beltrano comprou uma lancha?”. Mais ainda: “Sabias que o vereador sicrano ajeitou a vida com uma bolada recebida de empresários?”. Caso sejam comprovadas as denúncias, o fato é que ninguém é inocente quando se mete nesses esquemas fraudulentos e criminosos.

A Polícia Federal, dentro da sua linha institucional de polícia do Estado, fez um favor a Florianópolis. Mais do que isso, comprovou mais uma vez – como havia comprovado na Operação Moeda Verde – o quanto a política virou um balcão de negócios.

E se a democracia é imperfeita, porque abre brechas para essas práticas nefastas, devemos lutar pelo aperfeiçoamento do regime, escolhendo melhor nossos representantes e, sobretudo, fiscalizando direta e objetivamente as atividades desempenhadas por eles.

(ND, 27/11/2014)