Tribunal de Justiça adia mais uma vez julgamento de reajuste no IPTU de Florianópolis

Tribunal de Justiça adia mais uma vez julgamento de reajuste no IPTU de Florianópolis

Pela terceira vez em pouco mais de 30 dias, o Tribunal de Justiça adiou o julgamento sobre o reajuste do IPTU (Importo Predial e Territorial Urbano) de Florianópolis, decretado pela prefeitura no início do ano. O Órgão Especial do TJ deverá apreciar a matéria no dia 1 de outubro, quando volta a se reunir para julgamento dos processos que não puderam ser votados nas últimas sessões.

Na sessão do dia 6 de agosto, o desembargador Rui Fortes pediu vistas para analisar a Adin (ação direta de inconstitucionalidade) proposta pelo Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) e outras 16 entidades empresariais da Capital. No entanto, nas sessões seguintes o assunto ficou em suspenso devido ao julgamento da denúncia do deputado Romildo Titon (PMDB), que dominou o debate entre os desembargadores.

Na ação, as entidades argumentam que o reajuste poderá causar impactos financeiros imediato em diversos setores da cidade, da hotelaria ao imobiliário, passando por comércio e moradia. Segundo argumentou o advogado Diogo Nicolau Pítsica, que defende as entidades, não existem critérios que justifiquem o percentual pedido pela Prefeitura de Florianópolis.

No mês passado, após a primeira sessão de julgamento que acabou não finalizada, uma comissão com três representantes de entidades empresariais e três da prefeitura foi criada para discutir questões técnicas ligadas ao IPTU e ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis). A comissão trabalha em acordos paralelos, e independente do julgamento, segundo o prefeito Cesar Souza Júnior (PSD) afirmou, alguns detalhes do reajuste podem ser revistos. Segundo os desembargadores, mesmo que exista acordo paralelo entre as partes, a Adin precisa ser julgada e cumprida.

A prefeitura argumenta que os índices da PGV (planta genérica de valores), que altera a base de cálculo para os valores do IPTU e ITBI, está há 17 anos sem reajuste. Isso, de acordo com a prefeitura, provoca discrepância na cobrança dos valores.

ENTENDA O CASO

– Em novembro de 2013, a prefeitura encaminhou à Câmara projeto de lei que revisava a PGV, base de cálculo para definir os reajustes do IPTU e ITBI. Segundo a prefeitura, a defasagem pela falta de atualização da PGV em 17 anos foi de 123%.

– Para a lei vigorar em 2014, o projeto de lei teria que ser aprovado até dezembro. Por 15 a 3, em 13 de dezembro de 2013 a lei complementar 480/2013 foi aprovada pelos vereadores.

– Em 13 de janeiro de 2014, prefeitura liberou pela internet a consulta aos novos valores dos impostos.

– Em 15 de janeiro, Acif, Ampe, Secovi, Sindimóveis e Sinduscon entraram na Justiça contra o reajuste.

– Liminar de 17 de janeiro suspendeu os efeitos da lei, por decisão do desembargador José Gaspar Rubik.

– A prefeitura recorreu ao Supremo Tribunal Federal e, em 23 de janeiro, o presidente em exercício Ricardo Lewandowski suspendeu a liminar.

– Na semana seguinte, a prefeitura deu início à impressão dos carnês com o reajuste previsto pela PGV. Em 11 de fevereiro, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, retornou das férias e reformulou a decisão de Lewandowski, impossibilitando o reajuste do IPTU para 2014.

– Cerca de 270 mil carnês foram distribuídos apenas com reajuste de 5,77%, referente ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

– Adin protocolada pelas entidades começou a ser julgada em 6 de agosto pelo TJ. Decisão havia sido adiada para o dia 20.

– Em 15 de agosto, entidades e procuradoria do município protocolaram pedido para adiar o julgamento do dia 20 e discutir questões técnicas do reajuste sem intervenção judicial. O pedido foi aceito e a discussão voltaria à pauta do TJ em 3 de setembro. Novamente adiado, o julgamento ficou para o dia 17. Nesta quarta-feira, no entanto, mais uma vez foi transferido, agora para 1 de outubro.

( Notícias do Dia Online, 17/09/2014)