Parada há 90 dias, obra de restauração da ponte Hercílio Luz não tem data para recomeçar

Parada há 90 dias, obra de restauração da ponte Hercílio Luz não tem data para recomeçar

Em meados de junho, na paralisação das obras de restauração da ponte Hercílio Luz, o governo do Estado alardeava pressa em retomar os trabalhos e recuperar a estrutura do monumento. Três meses depois e após a rescisão do contrato com a construtora Espaço Aberto, o canteiro de obras segue vazio. O Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura) prepara um contrato de emergência para que alguma empresa conclua o serviço que dará estabilidade à ponte. O documento não tem prazo para ficar pronto. Assim, o trabalho de estabilização do vão central não tem data para recomeçar.

Depois de tantas idas e vindas, o presidente do Deinfra, engenheiro Paulo Meller, prefere não falar em datas e prazos para a retomada da obra. Ele observa, contudo, que o Deinfra precisa respeitar procedimentos, como no caso dos cerca de 50 dias necessários para oficializar o rompimento com a Espaço Aberto. “Não sei quando concluiremos a elaboração do contrato emergencial. São muitos pontos que precisam ser analisados”, disse.

Questionado se a empresa TDB, subcontratada na obra, e cotada para concluir o serviço em até seis meses, é uma das opções do Deinfra, Meller manteve o mistério. “Existem outras empresas na disputa”, afirmou.

O engenheiro Honorato Tomellin, que faz parte da força-tarefa criada pela ACE (Associação Catarinense de Engenheiros) com o objetivo de acompanhar de perto os trabalhos na ponte, diz ter dúvidas de que a ação denominada pelo governo do Estado de “ponte segura” vá realmente garantir a estabilidade da ponte em 180 dias. Para Tomellin, os elementos que mais comprometem a estrutura da ponte não passarão por manutenção nessa fase de contrato emergencial. “O que pode derrubar a ponte segue lá, apodrecendo a cada dia, como é o caso das barras de olhal e das rótulas”, afirmou.

Diagnóstico segue nas pontes Pedro Ivo e Colombo Salles

Nas pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles, o Deinfra explica que o trabalho de diagnóstico das estruturas segue conforme o cronograma. Nos últimos dias, o consórcio Pontes do Sul, responsável pelo serviço, tem retirado amostras das estruturas de concreto das pontes para posterior análise.

O prazo para que o Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura) apresente ao juiz Luiz Antônio Zanini Fornerolli, da 1ª Vara da Fazenda Pública, que concedeu liminar à ação civil pública ajuizada pelo MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina) o estudo é de 120 dias. Fornerolli estipulou em R$ 10 mil a multa diária em caso de descumprimento de alguma das medidas.

Na semana passada, o MP-SC ajuizou ação movida pelo promotor Daniel Paladino, da 30ª Procuradoria, na qual o procurador entendeu que o Deinfra descumpriu a notificação que determinava o fechamento da passarela norte da ponte Colombo Salles. Ontem, a assessoria de Paladino informou que o Deinfra recorreu da decisão.

( Notícias do Dia Online, 11/09/2014)