Florianópolis prepara licitação para construção de bicicletários junto aos terminais de ônibus

Florianópolis prepara licitação para construção de bicicletários junto aos terminais de ônibus

Uma cidade com cada vez mais carros, onde o trânsito em determinados horários do dia é caótico, a qualidade de vida prejudicada e a mobilidade urbana vira um problema de difícil solução. Esse lugar é Florianópolis, que há anos busca maneiras de superar os gargalos das ruas e transformar-se em um lugar mais humanizado, com menos carros e melhores condições de circulação. Para que isso aconteça, no entanto, é fundamental que alguns projetos saiam do papel. Um deles, o de construir bicicletários junto aos terminais integrados de transporte coletivo, se encontra em fase de elaboração do edital de licitação por parte da prefeitura. A ideia é que, além do espaço para se guardar as bicicletas, a empresa vencedora também disponibilize bikes para aluguel junto aos terminais de ônibus.

A expectativa da secretaria de Mobilidade Urbana da Capital é de que o edital seja concluído entre outubro e novembro. Depois, serão necessários aproximadamente 60 dias para definir a empresa que tocará o projeto. “Nossa intenção é termos os bicicletários funcionando ainda no primeiro semestre de 2015. Algumas empresas já demonstraram interesse na licitação. Para o início da implantação, além dos espaços públicos para as bicicletas serem guardadas, também disponibilizaremos 200 bicicletas para aluguel”, revela o secretário de Mobilidade Urbana de Florianópolis, Valmir Piassentini.

O projeto dos bicicletários é feito entre a pasta da Mobilidade, o Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia. Segundo Piassentini, a intenção do projeto é reforçar o uso da bicicleta no dia a dia e disponibilizar aos moradores e turistas a oportunidade de conhecerem mais a fundo Florianópolis sobre duas rodas, em paisagens muitas vezes vistas apenas pelo vidro do carro. “Quando as pessoas virem os bicicletários prontos ganharão incentivo para pedalar, sem falar nos turistas e moradores que poderão curtir a cidade ao ar livre, sem trânsito”, destaca Piassentini.

Somente um terminal integrado de Florianópolis tem bicicletário

Atualmente, dos seis terminais de integração de Florianópolis, apenas o Tilag (Terminal Integrado da Lagoa da Conceição) conta com bicicletário, que disponibiliza 35 vagas para ciclistas. O local, entretanto, apresenta as paredes pichadas e nas vagas destinadas à bicicletas, muitos estacionam motos. Piassentini promete averiguar essa situação. “Nesta semana, vamos dar uma olhada nisso”.

Outros dois, o Tican (Terminal Integrado de Canasvieiras) e o Titri (Terminal Integrado da Trindade) possuem paraciclos. A diferença entre um e outro é que o bicicletário é coberto e o paraciclo, não. No Tican, são 90 vagas de bicicleta no paraciclo. No Titri, seis. Nos terminais do Centro, Rio Tavares e Santo Antônio de Lisboa, não há lugares para deixar bikes.

O auxiliar de produção Hada Nunes Lopes, 31, que mora na Vargem Grande, trabalha em Jurerê e pedala toda manhã em direção ao Tican para ir trabalhar. Para Lopes, natural do Pará e há 40 dias em Florianópolis, os cerca de 10 minutos pedalando até o terminal de ônibus lhe dão um gás extra para o dia que inicia. “Pedalar faz muito bem, além de saudável, os deslocamentos são rápidos, dá para apreciar a natureza e a bicicleta fica segura aqui”, comenta Lopes.

Jovens do Campeche preferem o skate por poder carregá-lo no ônibus

Enquanto Lopes aproveita que o terminal de ônibus que ele usa tem um paraciclo, o estudante Parklin Parisotto, 17, mora no Campeche e em boa parte das vezes que vem ao Centro traz a tiracolo o skate que servirá de meio de locomoção depois de descer do ônibus. Para ele, o terminal do Rio Tavares deveria receber o paraciclo ou bicicletário urgentemente. O jovem lembra que no Sul da Ilha a bicicleta é muito utilizada na rotina das pessoas. Sendo assim, reforça, a iniciativa incentivaria muitos a usarem ainda mais a bicicleta. “No Ticen faz falta um bicicletário, mas no Rio Tavares faz muito mais, porque além de as distâncias serem maiores, a gente tem que pegar carona ou outro ônibus para ir do Campeche ao terminal do Rio Tavares”, relata.

( Notícias do Dia Online, 15/09/2014)