26 ago Audiência Pública discute estudo complementar do Hotel Ponta do Coral, em Florianópolis
Moradores, representantes da Fatma (Fundação Estadual do Meio Ambiente) e da construtora Hantei Engenharia estiveram reunidos na noite desta segunda-feira, na Sociedade Recreativa Novo Horizonte, para apresentar e discutir o estudo complementar do Hotel Ponta do Coral, empreendimento que deverá ser instalado em Florianópolis, na avenida Beira-Mar Norte, mas que há cinco anos é alvo de polêmica. A audiência, no entanto, aflorou os ânimos dos moradores, que não querem a construção do empreendimento no local, e pedem uma área de lazer, ou um projeto aberto a comunidade.
A principal alteração no novo projeto do Hotel Ponta do Coral é a retirada do aterramento de mais de 35 mil m². “Hoje sem o aterro, nós temos uma área de implantação de 3.300 m², antes essa área era de 14.959 m². Não mexeremos na área de marinha e haverá a revitalização do espaço”, afirma o diretor executivo da Hantei, Aliator Silveira.
De acordo com ele, o espaço não atingirá os pescadores que possuem seus ranchos a beira-mar, e o acesso público à Ponta do Coral será mantido.
Mas, a construção do prédio, que deverá abrigar 18 andares e terá 450 leitos, com um restaurante panorâmico na cobertura ainda preocupa os moradores. “Eu não acho bonito esse empreendimento. Acho bonito que naquela área o interesse público se sobressaia sobre o privado. A empresa tem outras áreas para construir, mas não na Ponta do Coral, que deveria ser utilizada para a comunidade. Além disso, um prédio desse tamanho tira a nossa vista de uma paisagem bela que temos”, reclama o morador do Pântano do Sul, Gert Gchince.
Para a moradora Rosa Eliza, o empreendimento está do lado errado da Beira-Mar Norte. “A prefeitura não deixou os pescadores reformarem o rancho e agora deixa esse empreendimento”, reclamou durante a audiência.
A empresa Hantei esclareceu que está com todas as certidões exigidas pela Fatma, como viabilidade de tratamento de efluentes e impacto ambiental. “O próximo passo, é a Fundação Estadual do Meio Ambiente validar o estudo ambiental, a prefeitura autorizar o projeto e tem o processo de implantação, e o alvará”, afirmou o diretor executivo da construtora, Aliator Silveira. A Fatma não se pronunciou sobre o andamento do processo.
Terrenos públicos que viram privados são questionados por moradores
Em meio a discussão do projeto complementar do Hotel Ponta do Coral, realizado na noite desta segunda-feira, os moradores questionaram a apropriação de um terreno público que acabam se tornando privado, como no caso da Ponta do Coral. “Como as mãos privadas passam a ter tantos direitos e ficamos sem nossas áreas públicas”, indagou Paulo Ruver, presidente da Associação de Moradores do Itacorubi.
De acordo com a assessoria jurídica da Hantei Engenharia, a aquisição já foi debatida em audiência anterior, e ocorreu na década de 80, pelo Decreto Estadual 11.708/1980, feito em concorrência pública, e portanto, está amparado pela legalidade.
( Notícias do Dia Online, 25/08/2014)