Audiência Pública discute estudo complementar do Hotel Ponta do Coral, em Florianópolis

Audiência Pública discute estudo complementar do Hotel Ponta do Coral, em Florianópolis

Moradores, representantes da Fatma (Fundação Estadual do Meio Ambiente) e da construtora Hantei Engenharia estiveram reunidos na noite desta segunda-feira, na Sociedade Recreativa Novo Horizonte, para apresentar e discutir o estudo complementar do Hotel Ponta do Coral, empreendimento que deverá ser instalado em Florianópolis, na avenida Beira-Mar Norte, mas que há cinco anos é alvo de polêmica. A audiência, no entanto, aflorou os ânimos dos moradores, que não querem a construção do empreendimento no local, e pedem uma área de lazer, ou um projeto aberto a comunidade.

A principal alteração no novo projeto do Hotel Ponta do Coral é a retirada do aterramento de mais de 35 mil m². “Hoje sem o aterro, nós temos uma área de implantação de 3.300 m², antes essa área era de 14.959 m². Não mexeremos na área de marinha e haverá a revitalização do espaço”, afirma o diretor executivo da Hantei, Aliator Silveira.

De acordo com ele, o espaço não atingirá os pescadores que possuem seus ranchos a beira-mar, e o acesso público à Ponta do Coral será mantido.

Mas, a construção do prédio, que deverá abrigar 18 andares e terá 450 leitos, com um restaurante panorâmico na cobertura ainda preocupa os moradores. “Eu não acho bonito esse empreendimento. Acho bonito que naquela área o interesse público se sobressaia sobre o privado. A empresa tem outras áreas para construir, mas não na Ponta do Coral, que deveria ser utilizada para a comunidade. Além disso, um prédio desse tamanho tira a nossa vista de uma paisagem bela que temos”, reclama o morador do Pântano do Sul, Gert Gchince.

Para a moradora Rosa Eliza, o empreendimento está do lado errado da Beira-Mar Norte. “A prefeitura não deixou os pescadores reformarem o rancho e agora deixa esse empreendimento”, reclamou durante a audiência.

A empresa Hantei esclareceu que está com todas as certidões exigidas pela Fatma, como viabilidade de tratamento de efluentes e impacto ambiental. “O próximo passo, é a Fundação Estadual do Meio Ambiente validar o estudo ambiental, a prefeitura autorizar o projeto e tem o processo de implantação, e o alvará”, afirmou o diretor executivo da construtora, Aliator Silveira. A Fatma não se pronunciou sobre o andamento do processo.

Terrenos públicos que viram privados são questionados por moradores

Em meio a discussão do projeto complementar do Hotel Ponta do Coral, realizado na noite desta segunda-feira, os moradores questionaram a apropriação de um terreno público que acabam se tornando privado, como no caso da Ponta do Coral. “Como as mãos privadas passam a ter tantos direitos e ficamos sem nossas áreas públicas”, indagou Paulo Ruver, presidente da Associação de Moradores do Itacorubi.

De acordo com a assessoria jurídica da Hantei Engenharia, a aquisição já foi debatida em audiência anterior, e ocorreu na década de 80, pelo Decreto Estadual 11.708/1980, feito em concorrência pública, e portanto, está amparado pela legalidade.

( Notícias do Dia Online, 25/08/2014)