Recomeço das obras na SC-403 faz população do entorno prever dias melhores

Recomeço das obras na SC-403 faz população do entorno prever dias melhores

Cristina, Romilson, Nelson e José. Quatro pessoas que não se conhecem, mas vivem problemas e aflições semelhantes por morarem ou trabalharem às margens da SC-403, em Florianópolis. A obra de duplicação da rodovia, anseio da comunidade há anos, é o motivo que aproxima essas pessoas. Todos dependem do trecho de 5,2 quilômetros para cumprir tarefas cotidianas do dia a dia. Com o reinício das obras de duplicação pela empresa Planaterra, após a construtora Espaço Aberto desistir de realizar o serviço, o recomeço dos trabalhos interfere na rotina de alguns e apresenta boas perspectivas para todos. “Eu imagino que os problemas de hoje serão a solução de amanhã”, diz a argentina Cristina Berger, 49, os últimos 20 vivendo às margens da rodovia.

Ontem, uma semana após o reinício da obra, a Planaterra realizou a drenagem de algumas ruas transversais à SC-403, inclusive a que dá acesso ao Tican (Terminal Integrado de Canasvieiras). O bloqueio da via para veículos gerou reclamações de quem precisava pegar o ônibus logo cedo. Horas mais tarde, no entanto, um dos que teve problemas pela manhã relativizou os incômodos, alegando que o importante é a obra andar para frente. “A gente se irrita quando vê uma rua fechada, mas a verdade é que queremos ver essa rodovia duplicada. Então, vamos ter calma e deixar a empresa trabalhar”, diz o pintor Romilson Castro, 33.

Interferências como a de ontem, contudo, se repetirão até o fim do ano, afirma Rodrigo Micles, engenheiro responsável pela obra. Ele explica que a intenção é concluir as vias marginais do trecho que vai do Corpo de Bombeiros do Norte da Ilha – na confluência das SCs 401 e 403 – até a escola Luiz Cândido da Luz – em Ingleses. “Amanhã (hoje) a rua que leva ao Tican ainda estará bloqueada. Acontece que essas interferências são pontuais, e através delas que executamos um quilômetro de rede de drenagem em uma semana”, revela o engenheiro.

O fim dos problemas de Nelson e José

Nelson é pintor automotivo. José, pedreiro. Ambos trabalham perto um do outro, e têm opiniões parecidas sobre os benefícios do reinício da obra de duplicação. “Quando terminar vai ficar 100%. Até lá, não me incomodo se os problemas forem só por mais um ano”, ironiza Nelson Amorim Carvalho, 50.

Aos 59 anos, José Manuel dos Santos afirma que a chácara onde nasceu se localizava perto de onde hoje está o canteiro de obras da Planaterra. Para ele, é impossível duplicar a rodovia “sem furar o chão”. Baseado em tudo que viu e ouviu sobre a prometida duplicação, ele apenas espera: “Um dia sai”.

Drenagem, terraplanagem e pavimentação das marginais

Até dezembro, a Planaterra pretende concluir todo trabalho de drenagem, terraplanagem e pavimentação das vias marginais do Corpo de Bombeiros até à escola Luiz Cândido da Luz, em um trecho de três quilômetros. Depois, Micles revela que a empresa se dedicará a construção dos dois viadutos previstos no projeto. “Mesmo assim, já estamos trabalhando em paralelo com a montagem das vigas pré-moldadas que serão utilizadas nos viadutos. O mais complexo é o da Vargem Grande. O outro será em frente à escola Luiz Cândido da Luz, para que embaixo seja uma passagem de pedestres”, explica o engenheiro.

O engenheiro responsável pela obra da secretaria de Estado da Infraestrutura, Ivan Amaral, espera que até o fim do ano mais de 50% da obra esteja concluída. Sua expectativa é entregar a rodovia pronta até julho de 2015.

(Notícias do Dia Online, 23/07/2014)