Justiça suspende construção do novo prédio do Ministério Público no terreno da Casa Rosa

Justiça suspende construção do novo prédio do Ministério Público no terreno da Casa Rosa

Uma liminar concedida nesta quinta-feira pelo juiz Romano José Enzweiler, da comarca de São Bento do Sul, determina a paralisação imediata da obra de construção do novo prédio do Ministério Público de Santa Catarina. A obra está em andamento, em um terreno na rua Bocaiúva, centro de Florianópolis. A construção é alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), que investiga se houve irregularidades na contratação do projeto. O MP-SC firmou contrato no valor de R$ 123 milhões com a construtora Becker, sem licitação. São as possíveis irregularidades que resultaram na decisão judicial.

“O Ministério Público de Santa Catarina celebrou, com a Becker Construção Civil Ltda., um contrato no valor de R$ 123 milhões sem licitação, fundado em incabível hipótese de dispensa de procedimento licitatório, com ofensa a várias regras legais e a princípios da Administração Pública, tudo com o objetivo de adquirir imóvel contíguo àquele onde hoje está sua sede, (…) proporcionando ao contratado, inclusive, o pagamento antecipado do milionário valor contratual, incorrendo em ilícitos cíveis e administrativos que são tipificados”, argumentou o autor do pedido de liminar, Manolo Rodriguez Del Olmo.

Em sua decisão, o juiz acatou a todas as solicitações e determinou a proibição, até decisão judicial em contrário, de qualquer novo repasse financeiro do MP-SC à Becker Construção Civil Ltda. Além disso, proíbe o início ou imediata paralisação do que eventualmente tiver sido iniciado das obras no imóvel. O magistrado decidiu ainda pela indisponibilidade dos bens da Becker Construção Civil Ltda., tantos quantos sejam necessários para garantir o que já foi pago (R$ 30 milhões) pelo MP-SC, devendo incidir, primeiro, sobre o próprio imóvel objeto da ação judicial.

Por meio de nota oficial, o MP-SC “reafirma a regularidade e a legalidade da compra do imóvel localizado na rua Bocaiúva, conforme já esclarecido à sociedade e aos órgãos que solicitaram informações a respeito”.

(Notícias do Dia Online, 17/07/2014)