Contorno viário: Novo acesso começa a ganhar forma

Contorno viário: Novo acesso começa a ganhar forma

Homens na pista e máquinas trabalhando. Esta é a visão em pelo menos duas das três frentes de trabalho montadas em São José para a construção do Contorno Viário da Grande Florianópolis. A tão esperada obra, que promete desafogar o fluxo pesado da BR-101, deve ficar pronta em três anos. Antes disso, a Autopista Litoral Sul, responsável pela construção, tem um prazo de dois anos para concluir os 14 quilômetros iniciais.

As obras na região começaram há 35 dias. Algumas casas já foram desapropriadas e até destruídas. Caminhões trabalham nos primeiros quatro quilômetros de obra, que começam no km 211, na estrada geral de Forquilhinha, em São José.

Os 10 quilômetros restantes completam o trecho previsto até o km 225. Na via principal da SC-281, antiga SC-407, está o primeiro trecho de obras. No local operários devem fazer um colchão drenante devido ao solo “mole”. Dois quilômetros à frente, no sentido norte, máquinas trabalham no corte do morro e na limpeza. Em uma estimativa considerada conservadora por Marcus Guedes, diretor de obras da Autopista, foram concluídos de 3% a 4% da obra.

Trabalhos serão fiscalizados em visitas quinzenais

O gerente de fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-SC), Felipe Penter, visitou os canteiros de obras em São José. Segundo ele, devido à importância do Contorno Viário, todas as etapas do trabalho serão fiscalizadas pelo Crea e por entidades que integram Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da Grande Florianópolis (Comdes). Em visitas quinzenais serão averiguadas as atividades técnicas e o andamento da obras. Nesta semana, técnicos concluem a avaliação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima).

Na próxima etapa da fiscalização, técnicos devem analisar as fases de topografia e terraplenagem. O relatório detalhado de todas as vistorias será acompanhado de registros fotográficos, material que será transformado em livro e disponibilizado na página virtual do Crea catarinense. A prefeitura de São José também acompanha de perto o andamento do cronograma.

A obra deve avançar a partir do trevo rumo ao norte. Segundo Guedes, a previsão é concluir os quatro quilômetros iniciais em oito meses. No conjunto todo, que tem 24 meses para ser entregue, estão previstos dois viadutos, quatro pontes e a rótula de interseção com a rodovia estadual. No limite entre São José e Palhoça, quatro túneis ainda precisam de ajustes nos projetos.

A totalidade dos 50 quilômetros que compõem a obra do Contorno Viário dependem ainda da liberação das licenças do Ibama e da Funai. Guedes estima que até o fim de julho serão entregues as solicitações para as licenças do Ibama. Ele lembra que as solicitações da Funai já foram entregues e a Autopista aguarda a anuência do órgão.

(DC, 02/07/2014)


Desapropriações são o maior entrave

Um dos grandes entraves de obras como a do Contorno Viário são as desapropriações. O diretor da Autopista explica que das 120 propriedades a serem desapropriadas entre São José e Palhoça, 56 casos estão resolvidos. Os demais estão em negociação ou aguardam a conferência jurídica. Sete propriedades ainda não apresentaram documentação. Serão 626 desapropriações no total.

– Como é uma região rural, poucos têm documento do imóvel, alguns são de posse ou herdeiros e não têm regularização. Temos muito cuidado nesta questão porque somos intermediários e todos os documentos serão repassados para a União – explica.

Guedes garante que apesar da complexidade das situações, as obras não vão parar por possíveis imbróglios judiciais. Nesses casos, outras frentes serão finalizadas enquanto a questão é discutida.

(DC, 02/07/2014)