Surfe ecológico

Surfe ecológico

( Por Ana Dantas*, DC, 16/06/2014)

Surfe e estilo de vida essa é a frase estampada nas revistas, entre fotos associadas à natureza e vida saudável. A prancha, por sua vez, é produzida por meio de processos que geram impactos negativos ao meio ambiente. No Brasil, em 2001, foram produzidas 50 mil delas, com a geração de 381 toneladas de resíduos. A confecção de uma prancha pode resultar em até 7kg de resíduos perigosos.

Para compreender melhor este cenário, criamos um projeto de pesquisa para investigar o processo de fabricação das pranchas. Analisamos o ciclo de vida do acessório, os estágios da produção até a comercialização. Além das formas de reaproveitamento, reciclagem e revalorização energética.

Os resultados apontam que utiliza-se materiais de fontes não renováveis, mais especificamente petróleo, que apresentam vantagens sobre outros – como propriedades de baixa densidade molecular aliadas a uma alta plasticidade, abundância e baixo custo. Buscando alternativas mais sustentáveis encontramos iniciativas que utilizam novos materiais nas pranchas, além de programas que inventam seu reuso e reciclagem.

O Ecodesign, por exemplo, é todo o processo que contempla os aspectos ambientais no procedimento de produção. O objetivo principal é desenvolver produtos e executar serviços que reduzam o uso dos recursos não renováveis e minimizar o impacto ambiental.

A grande mudança a caminho é uma nova atitude dos empresários, administradores e usuários, que devem passar a considerar o meio ambiente e adotar concepções administrativas, tecnológicas e forma de uso que promovam a inovação e contribuam para ampliar a capacidade de suporte do planeta. Este movimento vai de encontro com uma tendência mundial. Quem sabe no futuro possamos olhar para trás e dizer: “o surfe é um esporte que promove a qualidade de vida e a sustentabilidade do planeta”.

A grande mudança a caminho é uma nova atitude dos empresários, administradores e usuários, que devem considerar o meio ambiente nas decisões.

* DOUTORA EM ENGENHARIA DA PRODUÇÃO E PROFESSORA DA UNISOCIESC. MORADORA DE FLORIANÓPOLIS