25 jun Precisamos nos sentir bem nas cidades
(Por Patrizia Chippari*, DC, 25/06/2014)
As cidades são uma invenção humana. Nossos antepassados de tempos mais remotos vagavam em pequenos grupos pelas savanas africanas, enfrentavam os mais variados perigos e dependiam da caça para comer. O cultivo do solo e o aprisionamento de animais contribuíram para que pequenos grupos fixassem residência e permitiram o acúmulo de avanços tecnológicos. O processo até o surgimento das cidades como as conhecemos foi longo, mas as motivações permaneceram as mesmas ao longo dos anos: conquistar segurança e aumentar o próprio bem-estar.
Hoje a vida nas cidades é um fato incontestável – e os benefícios advindos daí, numerosos. Mas temos a necessidade de atuar diariamente para melhorar os espaços que dividimos com centenas, milhares ou até milhões de pessoas. Parece evidente que a maior responsabilidade recai sobre o poder público, principalmente vereadores e prefeito. Esses atores, que representam a comunidade, são responsáveis por ouvir os moradores e definir, com apoio técnico, as linhas mestras que vão guiar a ocupação do solo, a oferta de infraestrutura urbana básica (calçadas, praças, ciclovias) e o crescimento da cidade.
Mas cada um de nós também pode contribuir para a construção de uma cidade mais agradável. Também os arquitetos devem assumir parte da responsabilidade. Cabe nesse caso explorar o que se poderia chamar gentilezas urbanas: preocupações na fase de planejamento que melhoram a integração entre os edifícios e o meio ambiente. Isso é ainda mais importante porque, temos sempre que lembrar, uma casa, um prédio, um empreendimento comercial nunca podem ser vistos como elementos isolados. Gentilezas urbanas são ações que ajudam a melhorar vizinhanças – certamente o início de melhorias que podem chegar a toda a cidade.
*ARQUITETA. MORADORA DE FLORIANÓPOLIS