09 jun Manezinhos da Ilha são homenageados em livro de poemas de Edy Leopoldo Tremel
O Senadinho, no Centro de Florianópolis, ponto de encontro dos manezinhos, foi o local escolhido pelo advogado e escritor Edy Leopoldo Tremel para lançar o livro de poemas “O manezinho da Ilha e rapsódia a Florianópolis”, em um encontro ao ar livre na tarde desta sexta-feira. O livro, que apoio do movimento Sou Bem Floripa, da RICTV, não estará à venda, ficará apenas à disposição para consulta da população no Senadinho.
Tremel aproveitou sua experiência e relatos vividos nos 85 anos em Florianópolis para ressaltar que mesmo com o desenvolvimento da cidade o espírito manezinho não se perdeu. “Eu era da época em que a cidade recebia pagamento em peixes. Vi famílias crescerem, pessoas que convivi ocuparem cargos políticos, a cidade se desenvolver e presenciei coisas ruins também, mas o espírito manezinho sempre permanece e nunca morrerá. É o espírito de felicidade, alegria, cordialidade”, disse.
É esse espírito que uniu moradores que foram receber um exemplar desta rica história em um clima de descontração, com muita MPB (música popular brasileira), em meio ao calçadão da Felipe Schmidt. O biólogo Daniel de Araújo, morador de Florianópolis há 20 anos, é natural de Brasília, mas se sente um manezinho, pois está sempre em prol das causas da cidade. Ele garantiu um autógrafo do autor. “Conheço o trabalho dele e a preocupação em manter essa história tão rica. Ele tem um convívio com a cidade admirável e está deixando um grande patrimônio cultural”, declarou.
Para Marcello Corrêa Petrelli, presidente executivo do Grupo RIC SC, a preservação deste patrimônio cultural, a história do manezinho, é de extrema importância, por isso o grupo de comunicação defende esta bandeira. “O manezinho é aquele que é sensível, transforma e preserva o que é mais precioso. Queremos que as pessoas mantenham a essência, por isso o Grupo RIC se orgulha de ajudar a perpetuar esta cultura e incentiva ações como essa”, afirmou.
Uma luta por Florianópolis
O manezinho Edy Leopoldo Tremel lembra com saudades do banho de mar na praia de Coqueiros, do Balneário do Estreito, dos clubes tradicionais Riachuelo e Martinello e de uma história que só existe porque tiveram pessoas alegres e cordiais para compor. Uma história que é exemplo para os nativos, mas também para quem não vive aqui. “As pessoas de fora vem para cá porque lá não encontram esse espírito manezinho, cheio de cordialidade. E enquanto eu viver lutarei por essa preservação”, disse.
O economista Luiz Galvão, amigo há mais de 30 anos de Tremel, também dá continuidade à tradição. “Nos conhecemos na área da cultura. Dois manezinhos em busca de um bem comum. Essa identidade mané não deixaremos se perder. Afinal de contas, o manezinho não é só aquele que nasce na Ilha, é um estado de espírito. É aquele que luta pela preservação da cultura, melhoria da qualidade de vida da cidade”, afirmou.
( Notícias do Dia Online, 06/06/2014)