30 jun Entrevista: Adriano Carlos Ribeiro, Coordenador de governança do Conselho Metropolitano para o Desenvolvimento da Grande Florianópolis (Comdes)
(Por Rafael Martini, DC , 29/06/2014)
Por que os municípios da Grande Florianópolis têm tanta resistência em aderir ao projeto da região metropolitana?
É a diferença do olhar dos políticos, que focam em quatro anos, enquanto a sociedade clama para uma visão de longo prazo. A criação da autarquia prevê uma estrutura enxuta, tendo uma visão sistêmica das necessidades de gestão focada para o planejamento e ações conjuntas de temas que estão afetando as cidades conurbadas. O desafio inicial é elaborar o plano diretor metropolitano, identificando as fontes de recursos e gerenciamento de ações entre os municípios. Tendo os eixos de ações: mobilidade, resíduos, captação de água, uso do solo. Aqui reside o maior receio dos prefeitos, perder poder de ação, por isso aconteceu o distanciamento para formatação deste projeto. O que eles não visualizam é que terão sim maior arco de ação.
Qual o risco que se corre a médio e longo prazo por esta demora em elaborar um planejamento estratégico?
A imediata instalação da RM é enfrentar problemas urgentes, como o recolhimento e destino final dos resíduos sólidos. Integrar os modais de transportes entre os municípios, pensando de forma conjunta a questão da imobilidade ora reinante. Quanto mais atrasar este planejamento dos eixos citados acima, maior será o custo, tanto em dinheiro como qualidade de vida, para a sociedade. A dúvida que fica é saber a quem interessa pagar mais caro para resolver problemas tão cruciais para nossas cidades? Estamos na iminência do colapso dos serviços públicos na Grande Florianópolis, por isso a importância da participação da sociedade civil neste processo.