09 maio Pelo fim das paralisações
(EDITORIAL, DC, 09/05/2014)
Lamentável o que se viu ontem em Florianópolis, com as paralisações iniciadas pelos trabalhadores do transporte coletivo que devem se estender até amanhã. Mais uma vez a população sofreu com os transtornos absurdos decorrentes da falta de ônibus entre 7h30min e o final da manhã.
Os indignados depoimentos dos usuários, que tiveram muita dificuldade para cumprir os seus compromissos, expressam o total desrespeito com os cerca de 250 mil moradores da região que dependem do sistema de ônibus para seus deslocamentos diários. Afinal, são cidadãos que precisam chegar ao trabalho, levar os filhos à escola e voltar para casa no fim do dia com dignidade e que não merecem continuar ano após ano na condição de reféns das negociações vinculadas aos dissídios coletivos.
A retirada da frota das ruas por três horas e meia sonegou aos passageiros o direito a um serviço público essencial, o que é inadmissível. Além disso, a mobilização capitaneada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano (Sintraturb) por pouco não ficou fora de controle em dois momentos: durante o confronto entre um motorista e pessoas que bloqueavam a rua paralela ao principal terminal de integração da Capital e na tentativa de fechamento do acesso à Ilha por usuários indignados com o movimento dos motoristas e cobradores.
Em ambos os episódios, é importante ressaltar, foi determinante a atuação madura e equilibrada da Polícia Militar, que privilegiou o diálogo e contribuiu decisivamente para evitar o agravamento da situação e garantir o restabelecimento da ordem. Ao mesmo tempo é importante que a população confie nas instituições e, mesmo com justificada revolta diante dos fatos, não hostilize os trabalhadores do setor.
A cidade não pode mais conviver com cenas de pedestres atravessando a pé as pontes que fazem a ligação entre Ilha e continente por causa de uma mobilização intempestiva e que não esgotou todas as possibilidades de conversa sobre a pauta de reivindicações. É hora de reiterar o pedido feito no editorial da edição de quarta-feira para que o espírito público prevaleça.
Sem entrar no mérito de quem tem razão e da polêmica sobre a ameaça de demissões, o importante é que todos que usam o sistema público não sejam mais penalizados.
Basta de paralisações!
Os indignados depoimentos dos usuários expressam o total desrespeito com os milhares de moradores que dependem diariamente do sistema de ônibus.