CresceSC: Setor quer mais infraestrutura

CresceSC: Setor quer mais infraestrutura

A Copa do Mundo irá trazer 600 mil turistas estrangeiros para o Brasil e promete impulsionar o turismo além das cidades-sede. Conforme dados de pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 69% destes visitantes, ou cerca de 420 mil turistas, irão viajar pelo país. E eles devem visitar no mínimo três cidades, segundo dados do Ministério do Turismo. A oportunidade para o trade turístico catarinense foi um dos temas abordados no segundo encontro do Cresce SC, que ocorreu ontem na Fiesc, em Florianópolis.

Valdir Walendowsky, presidente da Santur, defendeu que o evento esportivo irá representar uma oportunidade de negócios para Santa Catarina, já que alguns turistas devem aproveitar a Copa para visitar o Estado.

Maria Cláudia Evangelista, secretária de Turismo de Florianópolis, reforçou que a posição privilegiada de Florianópolis entre duas cidades-sede. Mas Anita Pires, presidente da Associação Brasileiras das Empresas de Eventos (Abeoc) e palestrante-chave do evento, defende que os brasileiros precisam antes “deixar de ter complexo de vira-lata”.

– Qualquer lugar do mundo que tenha Copa ou grandes eventos tem problema de trânsito, de mobilidade, tem tudo que nós temos. Houve erros, mas vamos ver as oportunidades – comenta.

Ela destacou a importância da qualificação e investimento no turismo no Estado. Em relação a Florianópolis, Anita ressaltou que “o sonho de todo brasileiro é morar na Capital catarinense”, mas ainda há desafios.

– Não basta ser destino bonito, tem que estar preparado, ter bom atendimento, saber receber – comentou Anita.

Entre os assuntos discutidos, receberam maior atenção a qualificação dos profissionais e a infraestrutura para o turismo. João Eduardo Amaral Moritz, presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-SC), deu início ao debate:

– Podemos chegar a Florianópolis por terra, mar e ar. Mas por terra, pensando na BR-101, não temos boas estradas. Por mar, não temos marinas e atracadores suficientes. E por ar, temos um aeroporto atrasado em 30 anos – criticou.

O presidente da Santur, Valdir Walendowsky, destacou a evolução do turismo no Estado de 2000 até hoje com o foco dado na atividade por região e em todos os dias do ano. Para ele, Santa Catarina tem apelos consolidados, como o sol e mar, e precisa atualmente criar novos contextos.

Já o presidente do Convention & Visitors Bureau de Florianópolis, Marco Aurélio Floriani, afirmou que não se faz turismo de eventos apenas com centro de convenções. Ele destacou a importância do Centrosul para a cidade, inaugurado em 2008, e da construção do Centro de Canasvieiras para a região Norte, mas ressaltou que turismo de negócios também se faz com transporte de qualidade, atendimento médico, segurança e até mesmo vagas nas ruas para estacionar.

O presidente do Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina (Senge-SC), José Carlos Rauen, elogiou a qualidade da discussão:

– O tema tem grande relevância para o desenvolvimento do Estado. Foi o melhor debate até agora – disse.

(DC, 29/05/2014)