Projeto original para criação de cargos no Ministério Público avança na Assembleia Legislativa

Projeto original para criação de cargos no Ministério Público avança na Assembleia Legislativa

Os deputados votarão na próxima terça-feira o projeto que cria 410 cargos comissionados e 57 efetivos no MP (Ministério Público). A pauta está em debate na Alesc (Assembleia Legislativa do Estado) desde setembro de 2013 e tem dividido os parlamentares, especialmente de oposição ao governo, que contestam a forma e propõem a contratação dos novos servidores por meio de concurso público.

A proposta de efetivar os cargos foi reafirmada em emenda modificativa ao projeto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) pela deputada Ana Paula Lima (PT), porém foi derrubada pelo relator Darci de Matos (PSD) que votou pela aprovação do projeto original.

Na Comissão de Finanças, a deputada Luciane Carminatti (PT) tentou manter a emenda sugerida por Ana Paula Lima, porém foi novamente vencida pelo líder do PSD. Com emenda supressiva, ontem, Matos não só derrubou a emenda das deputadas que criava os cargos efetivos como convenceu a Comissão de Finanças a aprovar o projeto original. Com isso, a proposta retorna à CCJ, de onde segue para a Comissão de Trabalho. As duas comissões têm reunião na manhã de terça e remeterão a análise do projeto em plenário já na sessão da tarde.

Em parecer, Matos destacou que a instituição afirma não possuir dotação orçamentária suficiente para arcar somente com servidores efetivos, que gerariam um impacto financeiro maior do que os comissionados. Ele também afirmou que para o desempenho dos seus trabalhos, os procuradores do MP necessitam da assessoria de servidores de confiança. “Se estes não tiverem o perfil adequado, os procuradores podem demiti-los, algo que não poderia ser feito com efetivos”, apresentou.

A decisão na Comissão de Finanças teve votos contrários dos deputados Dirceu Dresch (PT), Luciane Carminatti e Angela Albino (PCdoB). “Se o próprio MP argumenta que realizar concurso público é caro e que é melhor trabalhar com comissionados do que efetivos, então liberou geral. Esta medida vai criar um constrangimento para a própria instituição”, disse Angela.

MP alega economia e otimização

Em ofício encaminhado à Comissão de Finanças nesta semana, o procurador-geral do MP (Ministério Público) Lio Marcos Marin afirma que a criação de cargos efetivos sugerida pelos parlamentares resulta em dois modelos diferentes de contratação para a mesma função, além de onerar significativamente o MP. “Aumenta as despesas permanentes que nos obrigaria a solicitar do governo suplementação do duodécimo, possibilidade bem remota”, ponderou.

Segundo o procurador, os comissionados custam menos e a Constituição Federal prevê que as funções de assessoramento, por envolver relação de confiança pessoal, podem ser exercidas por comissionados. “A contratação de comissionados é mais econômica para a instituição, por envolver menos encargos que o servidor concursado, inclusive sem onerar a folha de pagamento dos inativos. Um efetivo custa pelo menos R$ 1.000 a mais já no início do contrato. No final, custa mais que o dobro, devido à progressão de carreira. Outro item é a conveniência do serviço. Poderemos contratar especialistas em cada área e evitar a criação de novas promotorias de justiça a cada sobrecarga de trabalho”, alegou.

Cargos criados

– 354 assistentes de promotoria

– 50 assistentes de procuradoria

– 5 assessor jurídico

– 1 assessor de comunicação

Impacto

2014: R$ 7,8 milhões

2015: R$ 13,6 milhões

Cargos comissionados

SC: 951*

PR: 680

RS: 357

*Caso seja aprovado

( Notícias do Dia Online, 10/04/2014)