A recuperação do centro histórico de Florianópolis

A recuperação do centro histórico de Florianópolis

( Por Sara Toscan Camargo*, DC, 30/04/2014)

Há várias décadas, inclusive com o protagonismo da Organização das Nações Unidas (ONU), centenas de cidades do planeta promovem esforços para revitalizar seus centros históricos. Em muitas metrópoles o comércio, os centros financeiros e as grandes corporações migraram para novas áreas. A degradação dos núcleos urbanos originais foi inevitável diante da falta de políticas públicas capazes de protegê-los e valorizá-los.

Felizmente em Florianópolis nosso desafio não tem essas dimensões, ainda que o trabalho para revitalizar o centro histórico seja complexo. A importância está na origem da cidade: as ruas hoje nomeadas como Francisco Tolentino, Conselheiro Mafra, João Pinto, Tiradentes, Vitor Meirelles e Felipe Schmidt dividiam-se entre o comércio, no térreo, e as residências no primeiro andar. A proximidade do porto e posteriormente do Mercado Público justificava a localização dos empreendimentos. O porto, que enfrentava as limitações do calado, definhou até ser extinto pelo aterro. A ponte Hercílio Luz deslocou o eixo viário de acesso à Ilha. Mas nada tirou do grande retângulo que irradia a partir da Praça XV, a condição de núcleo original da cidade.

Preservar e revitalizar nosso patrimônio também se justifica pela necessidade de gerar renda e trabalho. A população precisa participar e conviver nesses centros históricos. O comércio, os bares e restaurantes, as livrarias e os cafés e, sobretudo, os eventos culturais, serão essenciais para dar vida e garantir a ocupação humana desses espaços.

O varejo tem grande responsabilidade nesse processo, seja pelo legado histórico ou pelo compromisso com a comunidade, além da sobrevivência de centenas de negócios e milhares de empregos. A CDL de Florianópolis está trabalhando para resgatar essa memória e permitir que seja compartilhada com as futuras gerações.

O varejo tem grande responsabilidade nesse processo, seja pelo legado ou pelo compromisso com a comunidade, além da sobrevivência de negócios e de empregos.

SARA TOSCAN CAMARGO PRESIDENTE DA CÂMARA DE DIRIGENTES LOJISTAS (CDL) DE FLORIANÓPOLIS