20 mar Florianópolis ganha nova delegacia
A partir de hoje, o tráfico de drogas terá um inimigo específico em Florianópolis. É a Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), a mais nova estrutura da Polícia Civil criada para atuar na prevenção e combate de um dos crimes que mais fomenta a criminalidade em Santa Catarina, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
A DCOD será aberta às 14h em solenidade na sede da delegacia, que vai funcionar na Avenida Osmar Cunha, Centro, no mesmo prédio em que estão a 1ª Delegacia e a Central de Polícia. A equipe terá sete policiais, sendo um delegado, cinco agentes e um escrivão. Depois, em data ainda não estabelecida, poderá chegar a 14 policiais, com dois delegados, 10 agentes e dois escrivães.
Atualmente, a investigação do tráfico de drogas em Florianópolis é considerada uma realidade pouco frequente nas delegacias de polícia. Com exceção da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), as ações têm sido pontuais. Um grupo que tem atuado é o de policiais militares do Serviço de Inteligência (P-2) da PM.
Até 90% dos delitos têm origem no tráfico
O diretor da Polícia Civil na Grande Florianópolis, delegado Ilson Silva, diz que até 90% dos crimes estão interligados ao tráfico de drogas. Cita roubos, furtos, sequestros-relâmpago e assassinatos motivados pela atividade.
– Terá uma atuação semelhante à Delegacia de Repressão a Roubos, com uma dinâmica própria de trabalho – diz o secretário da Segurança Pública, César Grubba.
A delegacia será comandada pelo delegado Antonio Cláudio Seixas Joca. A criação de delegacias especializadas é uma tendência nas polícias para o enfrentamento da criminalidade.
Em Florianópolis, a cidade também foi pioneira com a criação da Delegacia de Homicídios e da Delegacia de Repressão de Roubos. As duas são consideradas referências na elucidação de crimes, conforme a Polícia Civil.
Para o professor de criminologia Alceu de Oliveira Pinto Junior, a Delegacia de Combate às Drogas é positiva, mas é preciso que haja integração da equipe com o restante da Polícia Civil e também as outras polícias.
– A integração melhora a ação final do trabalho e impede que não haja uma setorização – destaca o professor que defende que tão importante quanto atacar bocas de fumo é a unidade investigar movimentações financeiras relacionadas ao tráfico de drogas.