05 mar Empresa que reforma Ponte Hercílio Luz promete entregar relatório ao governo nesta quarta-feira
O prazo estipulado pelo governador Raimundo Colombo (PSD) para o consórcio Florianópolis Monumento (CSA Group e Espaço Aberto) entregar um novo cronograma da obra de restauração da ponte Hercílio Luz termina hoje. De acordo com os engenheiros do consórcio, o documento será protocolado hoje à tarde no Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura) e garantem que a restauração termina até o final deste ano. Na semana passada, o governador ameaçou rescindir o contrato por causa de atrasos.
O engenheiro da construtora Espaço Aberto, Gleison Lemos, coordena a obra e diz que a empresa está acertando os últimos detalhes do cronograma. “Vamos protocolar o documento na tarde de quarta-feira, dentro do prazo que o governador deu. A previsão é que a obra termine até 31 de dezembro. O máximo que pode ocorrer é depois desse dia ainda termos que retirar a estrutura montada para a realização da obra, mas isso não interfere na inauguração da ponte”, disse.
O novo planejamento adia a inauguração da ponte Hercílio Luz pela terceira vez. Segundo Paulo Ney Almeida, proprietário da construtora, o restauro sofreu um atraso de dois meses devido a uma mudança no projeto. “Vamos entregar a ponte no prazo e o contrato não precisará de aditivo”, afirmou.
Na última semana de fevereiro, o governador demonstrou insatisfação com o ritmo das obras e fez um alerta para a construtora Espaço Aberto. “Eu passo e vejo que a obra está andando de forma muito lenta. A gente já fez 15 reuniões e não tivemos o resultado esperado. Não há razões para atrasos”, disse. A assessoria do Deinfra informou que o governo só ira se pronunciar após o governador analisar o novo cronograma.
Trinta anos de restauração
A restauração da ponte Hercílio Luz tem mais de 30 anos de idas e vindas. O projeto foi assumido pela construtora Espaço Aberto em 2008. Desde então, a reforma já teve três prazos para conclusão: 2012, julho de 2013 e final de 2014.
Após receber laudo do IPT/SP (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo) informando sobre o risco de colapso da ponte, o então governador Jorge Bornhausen determinou a interdição da estrutura em janeiro de 1982. O símbolo da Capital chegou a ser reaberto para passagem de pedestres no final da década de 1980, mas a ponte voltou a ser interditada completamente em 1991. No ano seguinte, foi tombada como patrimônio histórico, artístico e arquitetônico de Florianópolis.
Desde então, a única intervenção foi a reforma dos acessos e das cabeceiras da ponte, finalizada em 2009. Estudo apresentado em 2011 pelos engenheiros Honorato Tomelin, da UFSC, e Khaled Mahmoud, da Universidade de Nova York, aponta que a ponte corre risco de cair se não for restaurada.
(ND Online, 05/03/2014)