Audiência de conciliação nesta sexta pode definir futuro dos beach clubs em Jurerê Internacional

Audiência de conciliação nesta sexta pode definir futuro dos beach clubs em Jurerê Internacional

Não deverá ter acordo entre moradores de Jurerê Internacional e os representantes do beach clubs, durante a audiência de conciliação, nesta sexta-feira, às 14h, na Justiça Federal em Florianópolis. No fim do ano passado, a Justiça determinou a derrubada dos clubes por estarem em área de preservação ambiental. Mas a decisão, que se deu por liminar, foi suspensa às vésperas do Natal, garantindo o funcionamento das casas durante a temporada. Sem acordo, o processo deve se arrastar na Justiça até o julgamento do mérito, ainda sem data prevista.

Para evitar a derrubada de pelo menos cinco beach clubs — misto de bar, balada e restaurante VIP —, a Habitasul, dona da área, propõe, entre outros pontos, a transformação de 100 mil m² de suas novas áreas em RPPN (reserva particular do patrimônio natural, além da renovação das 19 passarelas de acesso à praia. No entanto, Carlos Leite, diretor da Habitasul Empreendimentos, acredita que é possível se chegar a um acordo com os moradores. “Nós temos uma proposta para manter os clubes funcionando, mas também atendendo aquilo que os moradores pedem”, afirmou. Segundo a Habitasul, os beach clubs não causariam danos ambientais por terem sido construídos em locais já descaracterizados com autorização do poder público.

João Henrique Bergamasco, presidente da Ajin (Associação de Proprietários e Moradores de Jurerê Internacional), diz que a proposta de conciliação não será firmada hoje. “Não somos contra o turismo, mas sim contra a ilegalidade. Os beach clubs estão em área de preservação, e essa é a questão. A proposta deles visa deixar tudo como está. A manutenção das passarelas é obrigação da prefeitura”, disse. No mês passado, o Ministério Público Federal, que também é parte no processo, se manifestou contra a possibilidade de um acordo.

Defensores dos clubes expõem a visibilidade internacional da cidade, o turismo, além de reflexos econômicos em hotéis, restaurantes, lojas e prestadores de serviços como pontos positivos. Contrários dizem que o turismo pregado pelos chamados postos de praia é predatório.

Na ação movida em 2008 pela Ajin, laudos feitos a pedido da Justiça atestam que a área é de preservação permanente. No entanto, a Habitasul contesta e diz que tem as licenças necessárias, expedidas há mais de 30 anos.

(ND Online, 14/03/2014)