Lagoa da Conceição: Uma Lagoa que ninguém quer

Lagoa da Conceição: Uma Lagoa que ninguém quer

Já nem tão formosa como retratava em 1965 o poeta Cláudio Alvim Barbosa, o Zininho, a Lagoa da Conceição, no Leste da Ilha de Santa Catarina, esconde problemas que evidenciam, ano a ano, o descaso com um dos cartões-postais mais famosos do Estado. A histórica Avenida das Rendeiras não tem mais a mesma graciosidade. Calçadas quebradas e trânsito intenso são as primeiras impressões que ficam. Também não demora muito para se perceber o mau cheiro e o resto de óleo das embarcações. Vagarosamente a beleza dá lugar ao abandono, quando a natureza perece.

As exuberantes águas furta-cor que contrastam com o branco das dunas, logo na descida do Morro das Sete Voltas, encantam quem chega, porém a poluição contamina o cenário. De acordo com o último relatório de balneabilidade da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), dos nove pontos monitorados em janeiro deste ano, cinco foram considerados impróprios para banho.

Estudo feito pelo órgão estadual mostra que, nos últimos 10 anos, muitos desses pontos se mantiveram poluídos na maior parte do tempo. Os locais mais críticos estão próximos ao trapiche e em frente ao shopping. Na Rua Henrique Veras do Nascimento (trapiche), em 10 anos, o ponto se manteve impróprio ao banho em 92% das vezes em que foi monitorado. Em frente à Rua Manuel Isidoro da Silveira (Shopping), o local estava poluído em 89% das vezes.

– A solução está em evitar as fontes poluidoras e ampliar a rede coletora de esgoto na Lagoa – aponta o gerente de pesquisas e análise da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), Haroldo Elias.

(DC, 03/02/2014)