Derramamento de químico suspende captação de água

Derramamento de químico suspende captação de água

Um tambor que continha 500 litros de arseniato de cobre cromado, produto químico usado no tratamento da madeira, caiu ontem à tarde de um caminhão próximo ao trevo de acesso à comunidade de Varginha, no município de Santo Amaro da Imperatriz.

Na queda, o composto altamente tóxico vazou e o líquido escorreu até um ponto a poucos metros do Rio Matias, afluente da Bacia do Rio Cubatão que é utilizado pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) para abastecimento da Grande Florianópolis.

Com alto risco de contaminação, a captação no local foi suspensa a partir das 19h e uma amostra da água do rio foi coletada em vários pontos para análise. Técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma) providenciaram caçambas de areia da prefeitura local para impedir que o líquido se alastrasse.

De acordo com o diretor de Fiscalização da Fatma, Márcio Luiz Alves, uma área de 50 metros quadrados de solo foi contaminada até a contenção ser encerrada.

– A Casan vai analisar, mas creio que só houve contaminação do solo, que vamos descartar em local apropriado. Se fosse na água, estaríamos com sérios problemas – disse Alves.

Mililitros do produto podem levar à morte

A Casan informou que a suspensão na captação não afetou o sistema de abastecimento na região.

O agente fiscal Carlos Soares, que acompanhou a operação, explicou que o arseniato de cobre cromado é classificado com periculosidade classe 1, a mais alta, segundo critério usado pela Fatma. De acordo com ele, por conter arsênio, poucos mililitros poderiam matar um ser humano.

O caminhão, que não sofreu avaria, foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) por não estar de acordo com a legislação de carga perigosa. A empresa responsável deve ser autuada após a conclusão da análise do impacto ambiental gerado.

(Diário Catarinense 04/01/2014)

 


Transporte de produto era irregular

O caminhão pertence a uma transportadora de Brusque e ia em direção a Lages, pela BR-282. Ao fazer uma curva no trevo de acesso à comunidade de Varginha, o tambor contendo 500 litros de arseniato de cobre cromado bateu contra a porta lateral da carroceria, que abriu, causando a queda do produto químico.

Conforme apurou o fiscal da Fatma Carlos Soares, o motorista ainda seguiu viagem por cerca de meio quilômetro antes de se dar conta de que a carga perigosa havia caído. Após a verificação do veículo, o órgão ambiental constatou que o transporte era irregular e que o caminhão não tinha condições de acondicionar o produto.

– Não havia indicações do produto na parte externa ou um painel de risco avisando sobre a carga. O químico ainda estava sendo transportado com utensílios para uso humano, como copos descartáveis. Estava totalmente fora da legislação.

Outra irregularidade, segundo Soares, foi que a empresa responsável pelo transporte demorou a dar uma solução para remover o produto do solo.

– A seguradora chegou a ser acionada, mas como demorou muito a aparecer, tomamos as medidas necessárias para conter o vazamento – relatou Soares.

Uma avaliação sobre o impacto ambiental deve determinar o valor da autuação. A Fatma não sou informar o destino da carga. A reportagem não conseguiu contato com a empresa até o fechamento da edição.

Não havia indicações do produto na parte externa ou painel de risco avisando sobre a carga. O químico ainda estava sendo transportado com utensílios para uso humano, como copos descartáveis.

(Diário Catarinense, 04/02/2014)