09 jan Turistas deixaram a casa cheia
Turistas deixaram a casa cheia
Os problemas de infraestrutura não impediram que os bares e restaurantes do litoral catarinense tivessem um excelente resultado no feriadão de final de ano. Para 70% dos entrevistados em uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Estado, o fluxo de clientes foi melhor do que no mesmo período do ano passado.
Apesar dos episódios de falta d’água e energia – que afetaram 50% dos entrevistados, o movimento no período foi bom ou excelente para 91% dos donos de bares e restaurantes. A pesquisa foi feita com cem estabelecimentos entre os dias 22 de dezembro e 5 de janeiro e divulgado ontem.
Para Fábio Queiroz, presidente da Abrasel em Santa Catarina, o fator principal que motivou o resultado foi o aumento no fluxo de turistas no Estado.
– O resultado comprova a força que o nosso destino tem para atrair turistas do Brasil e do Exterior – disse.
Comemorado pelos empresários, o aumento do número de turistas pode gerar desconforto para os clientes. Filas na porta dos restaurantes para conseguir mesa e demora para ser atendido e pagar a conta entram na lista de reclamações. Para o presidente, a espera é um reflexo do excesso de pessoas, mas não significa que os restaurantes deixem de atender bem os clientes.
– Excesso de clientes não é motivo para perda de qualidade. Ninguém gosta de ficar na fila, mas, em geral, as casas oferecem uma boa gastronomia apesar do tempo de espera.
Em todo o Estado, o número de paulistas foi o que mais chamou a atenção dos donos de bares e restaurantes que responderam à pesquisa – 40% deles receberam turistas de São Paulo. A presença de estrangeiros ficou estável para 60% dos entrevistados.
Falta de mão de obra é o principal problema do setor
Encontrar profissionais e montar uma equipe treinada é um desafio para os empresários de bares e restaurantes catarinenses. Para 62% dos entrevistados na pesquisa da Abrasel, esse foi o principal problema apontado no período. Além de terem dificuldade para recrutar pessoas, 40% afirmam que não estavam satisfeitos com a qualidade do time, que estaria incompleto, seria ineficiente ou insatisfatório.
– A falta de mão de obra não atinge só o nosso setor, mas temos dificuldades porque a rotatividade é grande. Além disso, somos uma área que recebe muitas pessoas que estão iniciando a vida profissional e têm pouca qualificação – afirmou.
De acordo com Queiroz, apesar das tentativas de reverter a situação, esse problema deve permanecer até a próxima temporada.
Resultados melhores no norte da ilha
Em Florianópolis, o índice de percepção de crescimento no movimento de final de ano foi menor do que a média estadual – 63% em relação aos 70% em SC. O norte da Ilha concentrou os melhores resultados, com 87% dos donos de bares e restaurantes avaliando como bom ou excelente o movimento no período e 80% como melhor ou muito melhor do que o mesmo período do ano passado.
De acordo com Fábio Queiroz, da Abrasel, o resultado reflete o perfil sazonal da região que conta com Jurerê, Canasvieiras e Ingleses.
– É um período muito forte para a área que durante o inverno tem uma queda grande no movimento.
No restaurante Antonio’s, há 29 anos instalado na Cachoeira do Bom Jesus, a equipe foi ampliada com a contratação de 10 pessoas. A falta de abastecimento foi contornada com duas sisternas e caixa d’água com capacidade para 40 mil litros, o que permitiu que o restaurante funcionasse a pleno. No feriado, o fluxo de clientes foi impulsionado por gaúchos, goianos e mato-grossenses. A partir da próxima semana, é esperada a chegada massiva de argentinos.
Em Sambaqui, o restaurante Pitangueiras fechou as portas durante quatro horas devido à falta de luz. Uma caixa com capacidade para 40 mil litros garantiu que ele ficasse aberto apesar da falta d’água. Apesar dos transtornos, o resultado foi positivo.
(DC, 09/01/2014