18 dez Rota da Inovação nos passos do Vale do Silício
A Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico Sustentável, em parceria com o Laboratório de Orientação da Gênese Organizacional (Logo), lançou neste ano o projeto Rota da Inovação. O objetivo é mapear os pontos de inovação, através de uma rota urbanística que conecta o Aeroporto Hercílio Luz ao Sapiens Parque, percorrendo diversas instituições da cidade.
A primeira parte do programa engloba a criação de uma marca para o município que ressalte essa vocação tecnológica. O próximo passo, que deve acontecer a partir de fevereiro de 2014, será sinalizar as empresas e ações de tecnologia no trajeto estabelecido. A partir disso, serão criados aplicativos gratuitos que ressaltem a atividade de cada empresa.
– Queremos divulgar esse perfil de inovação de Florianópolis para turistas e para os moradores, que muitas vezes passam pelas rodovias e nem sabem que ali há empresas do setor – explica Jefferson Fonseca, secretário adjunto da secretaria.
Mais informações:
www.venhainovarcomfloripa.com
Assim que foi anunciada a implantação do Sapiens Parque, polo de inovação entre Canasvieiras e Cachoeira de Bom Jesus, em Florianópolis, em 2002, já era comum a comparação com o Vale do Silício. As semelhanças, conforme apontam especialistas, não são poucas. O diretor-executivo do Parque, José Eduardo Fiates, cita algumas características comuns entre a capital catarinense e a região da Califórnia, nos Estados Unidos, referência mundial em tecnologia.
– Nós temos um ambiente, uma cultura e um clima muito semelhante ao vale, que é extremamente agradável e favorável à inovação. Outra característica é a concentração (de empresas de tecnologia) que temos hoje na SC-401. E isso é fundamental, porque a proximidade das pessoas ainda é um fator-chave. Temos um DNA muito parecido o do Vale do Silício – avalia.
Outro fator em comum seria a diversidade de pessoas que, conforme Fiates, favorece à inovação, que se resume em pensar diferente.
Neste contexto, o Sapiens Parque assume seu protagonismo. Com uma área total de 4,3 milhões de metros quadrados, que equivale a cerca de 450 campos de futebol, o condomínio – com ênfase em quatro segmentos: empresa de tecnologia, serviço, turismo e empreendimentos públicos com caráter inovador – deve apresentar um salto no próximo ano. O número de funcionários, que hoje é de 200, deve chegar a 3 mil em 2014. E a quantidade de empresas, 20, somando às que devem se instalar em breve, chegará a 30. Mas o que mais surpreende são as expectativas para os próximos 10 anos, quando espera-se a conclusão de todas as fases de desenvolvimento do parque. Serão então cerca de 30 mil pessoas trabalhando em 400 empresas instaladas.
Para reconhecimento internacional faltam investimentos e marketing
Porém ainda faltam alguns passos para Florianópolis ser reconhecida internacionalmente como um polo de tecnologia. Para o diretor-executivo do Sapiens Parque, há dois grandes problemas a serem superados: a deficiência em marketing, na divulgação de inovações, e o fato de não ter gerado nenhuma empresa global.
– Nos últimos 10 anos foram investidos R$ 400 milhões em parques tecnológicos no Brasil. Parques da Coreia, Singapura ou Malásia receberam investimentos de US$ 500 milhões cada um.
Guilherme Bernard, presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), ressalta que Florianópolis apresenta um desenvolvimento estruturado no segmento.
– Há um trabalho das próprias empresas da região e isso resulta em um crescimento mais sólido. Afinal, o reconhecimento não foi resultado de uma empresa de referência que se instalou aqui, mas de um projeto estruturado.
Ele avalia ainda que com essa consolidação do Sapiens Parque, a projeção internacional ganha força. Além disso, o crescimento anual de 20% do setor de tecnologia na região e a presença de 600 empresas do segmento em Florianópolis são indicadores de que a cidade está no caminho certo.
(DC, 18/12/2013)