Investimento nos centros históricos

Investimento nos centros históricos

Artigo de Lilian Mendonça – arquiteta, especialista em conservação urbana (DC, 05/11/2013)

Investir na qualificação dos centros históricos pode parecer um tanto saudosista para alguns, mas tem reflexos importantes e tem muito mais a ver com a qualidade de vida urbana e com o futuro do que pode parecer à primeira vista. Não se trata apenas de recuperar edifícios antigos: conhecer nosso passado e preservar a memória e a cultura são requisitos para as ações no presente.

Só podemos pensar e agir criticamente se soubermos como procederam aqueles que viveram antes. Valorizar o passado e seus legados é a única forma de nos tornarmos sujeitos da história e exercermos a cidadania. Mais: preservar o patrimônio histórico é de enorme importância para o crescimento social e cultural de um povo.

Centros históricos guardam bens culturais que podem refletir ideias, costumes, crenças, gosto estético e conhecimento tecnológico. Por isso, a preservação e a revitalização de edificações historicamente reconhecidas como referenciais significativos contribuem para a manutenção da identidade urbana para o futuro, reforçando especificidades locais, que atraem o morador e estimulam visitantes a conhecer e delas usufruir.

Para que possamos experimentar plenamente todos os benefícios dessa preservação da memória cultural no espaço urbano, devemos tornar esses locais mais convidativos, com mais opções de uso, atraindo as pessoas em horários diversificados, e com isso, gerando uma reação em cadeia de mais utilização, maior permanência da população e, consequentemente, maior segurança para o cidadão.

A repercussão de tais fatos econômicos gera processos sociais que formam novos hábitos, estabelecendo outros parâmetros para as cidades que em vez de abandonadas passarão a ser cada vez mais palcos da vida cotidiana.

Valorizar o passado e seus legados é a única forma de nos tornarmos sujeitos da história e exercermos a cidadania.