13 nov Hotéis e restaurantes são alvos de fiscalização na Capital
Depois de multar as quatro linhas aéreas que atuam em Florianópolis por não apresentarem reservas dos bilhetes aéreos durante o período da Copa do Mundo de 2014 – o que justificaria o aumento de até 500% no preço das passagens aéreas em junho e julho, para destinos com partida ou chegada pelo Aeroporto Hercílio Luz –, o Procon vai fiscalizar agora o aumento acima da média dos preços de hotéis e restaurantes para a alta temporada na Capital.
A força-tarefa do órgão teve como objetivo analisar os preços das diárias durante os meses de junho e julho de 2014, período em que ocorre a Copa do Mundo. A pesquisa do Procon apontou ainda que alguns hotéis de Florianópolis reajustaram as tarifas para o verão em quase 100%, resultando na notificação, ontem, de quatro estabelecimentos.
Com multas que podem chegar a até R$ 3 milhões – dependendo do faturamento bruto da empresa – , esses hotéis terão 10 dias para apresentar uma defesa que justifique o aumento das diárias. Os restaurante serão os próximos a serem fiscalizados.
De acordo com o secretário de Segurança e Defesa do Cidadão do Procon, Raffael de Bona Dutra, o objetivo da ação não é regular os preços, mas defender o usuário de aumentos considerados abusivos.
– Queremos que apresentem uma fundamentação para esse reajuste. Se a demanda existe, não tem problema em aumentar. Se não tem demanda, é especulativo – explica Dutra.
Conforme o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis, Tarcísio Schmitt, o preço praticado na baixa temporada pela rede hoteleira fica entre 40% e 70% menor do que o preço de alta temporada.
Ele argumenta que nas épocas mais procuradas do ano, em Florianópolis, especialmente durante o verão, os preços costumam ser mais altos porque não há o desconto praticado em outros períodos, de baixa ocupação.
– Se a pesquisa identificou que o aumento de uma alta temporada para outra foi de 10%, por exemplo, está dentro do previsto, porque é preciso reajustar conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e outros custos que aumentaram. Mas dobrar o preço praticado na alta temporada, jamais – diz.
Aéreas não justificam aumento de preços
Multadas por não justificarem o aumento nos preços dos bilhetes durante a Copa de 2014 – para as rotas pesquisadas pelo Procon –, as quatro companhias aéreas pediram sigilo ao órgão sobre suas justificativas.
Em nota, a TAM esclarece que apresentou sua defesa ao Procon de Florianópolis na última sexta-feira, mas que não foi intimada oficialmente sobre a decisão do órgão. A Gol informou que prestará os esclarecimentos solicitados dentro do novo prazo estipulado, e a Azul respondeu que não comentará ações sub judice. Até o fechamento desta edição, a Avianca não havia se pronunciado.
Oferta e demanda
– Oferta é a quantidade de um produto ou serviço disponível para compra.
– A demanda, no entanto, é a quantidade de produtos ou serviços que os consumidores estão dispostos a comprar.
– Quando a demanda é maior do que a oferta, os preços dos produtos tendem a subir, já que os consumidores se dispõem a pagar mais para obter um determinado item. Por outro lado, quando a oferta é maior do que a demanda, os preços tendem a cair.
(DC, 13/11/2013)