Esforço conjunto pela mobilidade

Esforço conjunto pela mobilidade

Por Carlos Damião (ND, 04/11/2013)
Leitora Lúcia Helena não gostou do que escrevi outro dia sobre a questão da educação dos motoristas no nosso pavoroso trânsito de todos os dias. “Desculpe-me, Carlos, mas não foi o povão que permitiu que Floripa fosse composta por ruelas e servidões; que definiu onde pode ou não estacionar; que estimulou e estimula o uso de automóveis; que priorizou o uso de veículos automotivos em detrimento de outras formas de transporte; que permitiu o inchaço e a centralização populacional; que escondeu nossas praias permitindo construções privadas em toda a nossa orla e fazendo rodovias estreitas e ridículas afastadas do litoral; que não sincroniza os sinais nos deixando quase loucos acelerando e parando no sinal seguinte (Beira-mar); e… por aí vai. Como podemos colaborar? Ficando calminhos nos eternos engarrafamentos? Esperando por horas por uma vaga? Colocando nossos carros dentro de nossas bolsas? Responda-me responda, por favor”. Pois então, cara Lúcia. Não tenho resposta, tenho questionamentos e críticas, lembrando que nem você, nem eu, somos estranhos ao trânsito; nós somos o trânsito, sejamos pedestres, ciclistas, motociclistas ou motoristas. Aliás, em São Paulo desenvolve-se uma campanha para que as pessoas utilizem menos seus automóveis, a exemplo do que já ocorre no México, nos Estados Unidos e em muitos países europeus. Veja você que na atualidade, em São Paulo, conforme Pesquisa Origem e Destino do Metrô, 79% das pessoas que se deslocam diariamente na região metropolitana têm como destino suas escolas ou locais de trabalho. Portanto, ou muito me engano, ou a solução para o trânsito depende mesmo de todos nós, incluindo governos, empresas e instituições de ensino.