26 nov Em Florianópolis, bicicleta é muito mais usada para lazer e esporte do que como meio de transporte
Para andar ao ar livre ou praticar atividade física, a bicicleta é uma boa opção em Florianópolis. Porém, segundo ciclistas, o uso do veículo como meio de transporte efetivo ainda é uma realidade distante. Usada muito mais para lazer ou como esporte, a bicicleta ganha espaço na Capital. No Continente, por exemplo, o projeto Ciclofaixa de Domingo destina uma via exclusiva para ciclistas entre Coqueiros e o Estreito. Mas, mesmo com iniciativas como esta, eles ainda sofrem com a ausência de estrutura na cidade e a falta de conscientização dos motoristas.
“Cada vez mais estas formas alternativas de locomoção são necessárias. Por isso, é importante percebermos que existem outras formas de se mover. Mas, pela falta de lugares específicos e seguros para andar, acabamos usando a bicicleta mais como lazer”, comenta Osmar Vicentin, 41. No domingo, ele foi com a filha Ana Clara, 4, e a mulher, Adriana, 40, aproveitar a ciclofaixa de Coqueiros.
O casal aprova a ideia de um espaço específico para ciclistas e, para ele, o local está sendo bem utilizado pela população aos domingos. Segundo Adriana, atitudes como essa incentivam o uso da bicicleta como meio de transporte. Miguel Rodrigues, 36, e Juliana Schiraiwa, 34, levaram a filha Sophia, 4, para andar de bicileta na ciclofaixa pela primeira vez ontem, durante passeio coletivo de pais e filhos promovido pela Associação Pedagógica Praia do Riso. Apesar de ter sido um passeio tranquilo, Juliana se preocupa. “Falta muita estrutura ainda na cidade”, diz.
Opção de esporte ao ar livre
Além de lazer, a bicicleta é usada também como esporte. Marcelo dos Santos, 44, e o filho Raone, 24, pedalam de três a quatro vezes por semana em Florianópolis. Eles utilizam a bicicleta como esporte e aos sábados e domingos aproveitam para pedalar na faixa exclusiva para ciclistas. Quando usa a bicicleta, Marcelo sai do Balneário do Estreito, atravessa a ponte Pedro Ivo e pedala até a Beira-Mar Norte.
No trajeto, que calcula em aproximadamente seis quilômetros, ele não reclama das condições da estrutura existente, mas sim de mais espaço. “O que tem hoje está bem conservado e bom para pedalar, até mesmo embaixo da ponte. Mas precisa-se de mais ciclovias na cidade”, pondera. Como o movimento de carros é intenso, eles optam por pedalar até Palhoça ou São Pedro de Alcântara, e evitam rodovias que têm ciclofaixas, como a SC-401, no Norte da Ilha, onde é grande o número de acidentes.
Motoristas ainda ignoram as faixas
Todos os domingos, às 6h, a Guarda Municipal chega para colocarp cones que sinalizam a faixa exclusiva para ciclistas, das 8h às 17h. Uma viatura fica no parque de Coqueiros e outra na Beira-Mar Continental, além de duas motos que fazem a ronda na região.
Segundo os guardas, um dos principais problemas são motoristas que estacionam em lugar proibido.
“Há carros estacionados em cima da ciclofaixa da noite para o dia e, quando o dono não está, fazemos o guinchamento destes veículos. Caso contrário, fazemos a orientação, mas o pessoal já entendeu a rotina aqui”, comenta o guarda Márcio Farias.
Para evitar acidentes, monitores contratados pelo Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) ficam ao longo da via todos os domingos fazendo a sinalização.
Jéssica Nunes Feijó trabalha como monitora há quatro meses e, segundo ela, o principal problema são motoristas que param o carro em cima da ciclofaixa. “Eles desviam dos cones e estacionam. Algumas vezes ainda nos ofendem”, diz.
(ND, 25/11/2013)