08 out Pensando a nova Ponte Hercílio Luz
Artigo de Léo Caldas, engenheiro civil e morador de Florianópolis (DC, 08/10/2013)
A Ponte Hercílio vai ser praticamente refeita. Sua recuperação atende a duas demandas: preservar o símbolo e trazer de novo suas duas pistas para automóveis ao uso da travessia Ilha-Continente. Na minha modesta opinião é muito dinheiro para conseguir tão pouco, sendo possível conseguir muito mais. Naquele ponto está a menor distância entre o Continente e a Ilha. E esse local, onde a ligação é mais curta é, pelo óbvio, a ligação mais barata.
Não resisto não falar o que direi agora: por que não uma ponte com o mesmo desenho, mas com oito pistas? Ainda dá tempo de mudar. Teríamos preservado o símbolo e, ao mesmo tempo, duplicado a capacidade atual de atravessar o canal que separa a Ilha e o Continente.
Não me falem em dificuldades de implantação de acessos. Em qualquer situação os acessos serão difíceis, mas até aí a solução é mais fácil: vamos ampliar os acessos que já temos.
Vamos lá: na Ilha ampliam-se os aterros da Beira-Mar Sul e da Beira-Mar Norte em mais quatro pistas. Se preciso, os túneis podem ser usados ambos no mesmo sentido. O retorno é feito pela estrada antiga, que pode ser melhorada. E a ligação da ponte com a Ilha, pela rampa final da Rua Felipe Schmidt. No Continente temos que ampliar a Beira-Mar Norte e fazer a Beira-Mar Sul, ligando-a à Beira-Mar de São José.
Muitos devem ter apreciado a Ponte do Bósforo na Turquia, mostrada em uma novela. Ela usa aços mais modernos que lhe deram linhas leves e esbeltez. A nossa também pode ficar assim, mais bonita e muito mais útil.
Já que vamos gastar tanto, é melhor gastar um pouco mais e ter a solução dos dois problemas mais urgentes da cidade: a recuperação da Hercílio Luz e uma nova travessia que atenda à demanda atual e futura do tráfego sobre o canal.