Priorização do transporte de massa

Priorização do transporte de massa

Artigo de Waldir Gomes – Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Florianópolis, morador de Florianópolis (DC, 21/09/2013)
Na semana em que o prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Junior, apresentou o edital para operação do novo sistema de transporte coletivo o chamado Sistema Integrado de Mobilidade (SIM) , é oportuno refletir sobre a importância do transporte público e a necessidade de priorizá-lo. Sabemos que é grande a expectativa em torno da licitação, mas temos conhecimento de causa para afirmar de que ela por si só pouco melhorará a mobilidade urbana na Capital e na região metropolitana, o maior dos gargalos para que tenhamos um transporte público mais rápido e eficiente.
O sistema está quase parando. Em horários de pico e nos pontos congestionados, os coletivos trafegam em uma velocidade média de oito quilômetros por hora. Além das vias congestionadas, outra dificuldade dos motoristas dos ônibus é o difícil acesso a servidões e ruas estreitas. Esses são alguns dos entraves que precisam ser pensados e resolvidos, com vias só para os ônibus.
Outras iniciativas pelo mundo devem ser tomadas como referência, caso de Bogotá, na Colômbia, cidade com mais de 7,1 milhões de habitantes que priorizou o transporte de massa, estimulou bicicletas e restringiu carros na área central. As mudanças tornaram o sistema mais eficiente e atraíram novos usuários.
É o que precisamos em Florianópolis, onde, desde 2006, quando foi criada a tarifa única, o número de passageiros diminuiu e a frota de ônibus aumentou. Há uma década, 380 coletivos atendiam à Grande Florianópolis e transportavam 5,3 milhões de pessoas por mês. Hoje são necessários mais de 100 veículos e o número de usuários é igual. Este quadro precisa ser melhorado, sob pena de colapso do caótico trânsito metropolitano. A melhoria da mobilidade passa pelos ônibus, mas não existem soluções mágicas.