06 set Mobilidade é desafio nas cidades
Artigo de Gean Loureiro, presidente da Fatma (DC, 06/09/2013)
Vivemos em constante luta por uma qualidade de vida melhor. E quando falamos de qualidade de vida, consequentemente, no mundo moderno, nos vem a dita mobilidade urbana na cabeça. Sim, pois poder nos movimentar pela cidade, sem filas, sem estresse, virou nosso maior desafio e objetivo. Mas quando falamos de mobilidade urbana, talvez tenhamos esquecido de um meio de transporte individual, com quatro rodas, que sofre muito com as barreiras arquitetônicas das cidades. É a cadeira de rodas.
Enquanto cidadão e político, sempre lutei pela acessibilidade e inclusão social, imaginando como é difícil ser independente sentado numa cadeira de rodas. A vida resolveu me testar e me mostrou que a realidade é muito mais complicada. Eis que estou aqui, mesmo que temporariamente, me locomovendo com uma cadeira e sentindo na pele como temos que evoluir em acessibilidade. Parece banal, mas o simples fato de atravessar uma rua na faixa de pedestres é um desafio. A maioria delas, ao final, não tem sequer rampa para subir na calçada. E os bueiros, buracos, imperfeições nas calçadas, o que dizer? Obstáculos olímpicos!
A acessibilidade é um trabalho de adaptações constantes, que nunca acaba. E quando saio para trabalhar ou passear começa uma prova de obstáculos. Nossas cidades não foram construídas para serem acessíveis. Apesar das limitações, mesmo temporárias, continuo a rotina normal, ou quase isso. Mas é inegável que simples obstáculos arquitetônicos trazem desconforto e até desânimo ao cadeirante.
Se quisermos vencer desafios como a inclusão social, precisamos atacar os simples obstáculos.