16 set Florianópolis espera ganhar três marinas
Um novo empreendimento que deve gerar até 1,5 mil empregos, agregando desenvolvimento para Florianópolis e um lucro direto de cerca de R$ 1,5 milhão ao ano para a cidade.
É o que propõe o superintendente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), Dalmo Vieira Filho, e o prefeito Cesar Souza Jr. com a construção de três novas marinas.
Florianópolis está seguindo o exemplo de Itajaí e Porto Belo, que recebem mil embarcações por mês através do turismo náutico. Somente em Porto Belo, a estimativa de lucro gerado entre novembro de 2012 e março de 2013 é de R$ 4,5 milhões.
O projeto, sem orçamento definido, prevê uma estrutura no Iate Clube Veleiros da Ilha e as demais na avenida Beira-Mar Norte e no Norte da Ilha (em Jurerê ou Canasvieiras). Juntas, as três marinas teriam capacidade para cerca de 500 embarcações, principalmente veleiros, iates e lanchas, já que transatlânticos precisam de uma estrutura muito maior.
A expectativa, de acordo com o superintendente do Ipuf, é que essas estruturas estejam concluídas dentro dos próximos três ou cinco anos. A construção, no entanto, depende principalmente de investimento privado.
– Queremos começar a colocar em pé o projeto pelo menos até as próximas eleições municipais – destaca.
Conforme o superintendente, a ideia é atrair navegadores do mundo inteiro para Florianópolis e, dessa forma, impulsionar o setor comercial e de serviços da cidade, com novos hotéis e restaurantes.
(DC, 16/09/2013)
“Vocês estão perdendo tempo”
O francês é dirigente de um dos principais salões náuticos do mundo. Esteve recentemente em Florianópolis para ajudar a idealizar novas estruturas. Ao DC, fala sobre a importância de investimentos para a Ilha.
Diário Catarinense – Como o setor influenciou a economia em sua cidade (La Rochelle)?
Christophe Vieux – A influência é enorme. Moro em uma cidade que vive com os recursos da economia náutica. Ela não tinha nada há 40 anos, e agora está com a maior marina da Europa e tem várias atividades do setor náutico.
DC – O senhor acredita que podemos crescer?
Vieux – Não vejo razões para Florianópolis não chegar à atual proporção da França (com 4,5 mil vagas). Quando eu vejo que o potencial da Ilha é incrível e não se tem a exportação dele, assumo a posição de que vocês estão perdendo tempo.
DC – Qual a principal dificuldade ao construir marinas?
Vieux – A parte financeira. La Rochelle utilizou recursos públicos para investir. Outro ponto difícil é a questão ambiental.
(DC, 16/09/2013)
Potencial náutico é grande
Embora as marinas e iate clubes de SC estejam saturados, segundo o presidente da Santur, Valdir Walendowsky, o potencial do setor é grande. Ele lembra que o Estado tem costa propícia para a atividade, além do segundo maior polo industrial náutico do Brasil, atrás apenas de São Paulo.
De acordo com pesquisa feita pelo Sebrae-SC, o litoral catarinense tem cerca de 50 estruturas de apoio náutico – marinas, garagens, hotéis, empreendimentos imobiliários e marinas de alto padrão – e 20 estaleiros, que produzem principalmente lanchas.
– O maior estaleiro do país está no Estado, no entanto, 80% da produção sai daqui e vai para o Rio de Janeiro e São Paulo – destaca Roberto Tavares de Albuquerque, coordenador do Núcleo da Indústria do Sebrae-SC.
A Grande Florianópolis, segundo estimativa da Acatmar, deixa de receber 2,5 mil embarcações no verão devido à falta de marinas. O presidente da entidade, Mané Ferrari, afirma que a intenção é aumentar o número de estruturas em todo o Estado.
– Acreditamos que um ano depois da construção de novas marinas, a chegada de embarcações aumentará em 50%. Em Florianópolis será 100%.
(DC, 16/09/2013)