TCE avalia planilhas do transporte urbano

TCE avalia planilhas do transporte urbano

Uma combinação de questionamentos, que envolvem 10 itens do transporte urbano de Florianópolis, está sendo usada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) para decifrar a planilha de custos do sistema – documentação que decreta o preço pago pelos passageiros. Técnicos buscam as respostas até hoje, quando se encerra a etapa in loco da auditoria instaurada para esclarecer a validade das concessões.
Se não houver necessidade de prorrogar o prazo, a partir de agora inicia-se a elaboração do relatório preliminar da investigação. Antes do julgamento final as empresas terão prazo para se defender. A previsão é que todo o processo esteja concluído até o fim do ano.
Questionamentos sobre as planilhas se tornaram frequentes durante os protestos realizados em junho. Na época, os manifestantes se queixavam da falta de transparência da documentação, principalmente porque apontam prejuízo de mais de R$ 1 milhão mensais às cinco empresas que prestam o serviço em Florianópolis.
Licitação do sistema será lançada em setembro
Presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Urbano de Florianópolis (Setuf), Waldir Gomes, alega que as operadoras não rompem o contrato – mesmo diante de um aparente prejuízo – porque não haveria condições de ressarcimento aos funcionários. Ele diz que as empresas se mantêm com o fundo de reserva, que seria destinado à compra de novos veículos. E exemplifica com a idade média da frota, que em 2003 era de três anos e atualmente está em sete anos.
– O sistema está implodindo. Não dá para manter uma tarifa tão defasada (o preço real é R$ 3,25 e o pago pelo usuário é R$ 2,90). Não estou falando em aumentar a passagem, mas num maior subsídio do poder público – diz Gomes.
Na dúvida, as planilhas tendem à extinção. Diretor de Transportes de Florianópolis, Vinícius Cofferri, confirma licitação do transporte público para setembro e garante que no novo processo a tabela de custos deixará de existir. Ele explica que será usado um sistema de fluxo de caixa para analisar o resultado. Também ficará estabelecido um índice de retorno menor para as empresas – a prefeitura deve fixar em 6%, enquanto hoje gira em torno de 12%.
(DC, 29/08/2013)