01 jul A Floripa de amanhã
Artigo de Honorato Tomelin, Engenheiro mecânico, consultor de empresas e morador de Florianópolis (DC, 01/07/2013)
Sempre que o assunto é planejamento urbano da Grande Florianópolis, surge no contexto o Plano Diretor da Capital. Entretanto, duas premissas devem ser anteriormente analisadas: o número de habitantes que imaginamos possam morar na Ilha, e que ligações existirão entre a Ilha e o continente? Sem estas definições, não se pode ler ou visualizar a Floripa de amanhã.
É preciso que a sociedade, aqui representada pela Câmara de Vereadores, tenha a coragem de dividir com os moradores a população que deseja. Como se sabe, ilha é um pedaço de terra cercado de água; portanto, tem fim. Não se sabe que número seria: se 400 mil, 600 mil ou 800 mil; mas ele precisa ser definido e junto com ele um plano habitacional setorizado da Ilha.
Por outro lado, obras estruturadas, como o novo aeroporto, terão em futuro breve, novos conceitos. O aeroporto ilhéu será algo como o de Congonhas. Novas pontes haverão de ser construídas: a reformada Hercílio Luz; quem sabe outra embaixo dela, esgotando a capacidade de ligação; uma no Norte da Ilha, outra no Sul, estabelecendo os três polos de concentração populacional: Centro, Ingleses e Campeche.
Estudo elaborado para definir as futuras ligações entre as cidades de Santos e de Guarujá demonstrou alternativas para definição de locais, formas construtivas e viabilidade. A partir de pesquisas de origem e destino, foram preservadas as cabeceiras das ligações e as vias de acesso. Isso permitirá no futuro amplos fluxos de pessoas, bicicletas e veículos.
Florianópolis não deveria ser diferente. Antes de concluir o novo Plano Diretor, estas novas ligações precisam ser definidas no espaço e no tempo. A Ponte Hercílio Luz, quando inaugurada, se fez acompanhar de uma praça de pedágios, em 1926, para carroças, cavaleiros, veículos e pessoas. Até então, o ingresso à Ilha era por barcos. Essa cultura desapareceu. Sua retomada também precisa ser contemplada no novo planejamento da cidade.
Florianópolis não deveria ser diferente. Antes de concluir o novo Plano Diretor, estas novas ligações precisam ser definidas, no espaço e no tempo.