19 jun Uma noite histórica para Santa Catarina
Catarinenses foram às ruas na primeira participação do Estado na onda de protestos pela qual passa o país. A mais marcante das ações foi o fechamento das duas pontes que fazem a ligação da Ilha de Santa Catarina com o continente, em repetição de ato que ocorreu há nove anos.
Às 20h20min, as duas pontes que ligam a Ilha de Santa Catarina ao Continente começavam a ser pisadas por manifestantes a pé. A passagem de veículos ficou interrompida por pelo menos uma hora. Uma cena que não era vista em Florianópolis desde 2004, quando manifestantes ocuparam os acessos.
E desta vez foi diferente. Sem confronto nem ameaça. Isso porque a Polícia Militar, orientada pelo Comando Geral a não reagir, abriu para o movimento passar, perto do clube de remo, dando lugar para o povo correr e gritar. Era o auge do protesto que se iniciou tímido duas horas antes, na frente do Terminal de Integração do Centro (Ticen) e foi ganhando corpo ao longo das avenidas Mauro Ramos e Beira-Mar Norte. Do alto, o helicóptero da PM estimava a presença de 10 mil pessoas.
Algumas cenas curiosas marcaram a longa caminhada. Motoristas que ficaram parados no trânsito por causa da passeata buzinavam em apoio. Outros abriam as janelas para cumprimentar os manifestantes e até tiravam fotos. Dos prédios saíram reações distintas, desde solidariedade às causas até ovos arremessados contra a multidão.
Com as mesmas reivindicações, a população foi às ruas também em Chapecó, Joaçaba e Balneário Camboriú. Há protestos previstos para esta semana em pelo menos 30 cidades no Estado.
(DC, 19/06/2013)