06 jun Plano diretor: o que realmente importa
Artigo de Cesar Souza Júnior, Prefeito de Florianópolis (DC, 06/06/2013)
Reiniciamos a discussão do novo Plano Diretor da Capital que está parado há oito anos. Passaremos da discussão para definições. Entraremos numa nova era. E alguns temas devem ser enfrentados com coragem e principalmente coerência.
Todos somos humanos falíveis, no entanto, se algo não tem faltado a este governo é coerência. Tenho acompanhado com especial interesse certa histeria sobre o tema Ponta do Coral. Enquanto convivemos há 30 anos praticamente sem reação da opinião pública, o abandono e o descaso com o gigantesco aterro da Baía Sul, essa pequena área de baixo potencial construtivo desperta paixões desproporcionais à sua representatividade urbanística.
Todos têm o direito de opinar, mas a nossa decisão não deveria ter surpreendido ninguém. Talvez fazer o que se prometeu em campanha possa surpreender alguns. A desistência do pedido para quadruplicar uma área sobre o mar, em função de um empreendimento privado específico, tem embasamento jurídico, técnico e mais, legitimidade popular, já que foi tema de eleição.
Não me curvo a pressões, por mais poderosas que sejam. Temos todo um Plano Diretor para preparar, e nele haverá previsão de revitalização de áreas com participação de investimentos privados. Com transparência, ofertando de maneira clara a todos os interessados disputarem livremente em igualdade de condições. A região do aterro da Baía Sul e da Via Expressa Sul são áreas que necessitam de um completo projeto urbanístico – assim como o Sapiens Parque.
É hora de enfrentar grandes desafios, projetar a cidade mais humana do futuro, dinâmica, aberta a investimentos. Acima de qualquer interesse privado estão o interesse público e a lei. Vamos ao que importa: o novo Plano Diretor.