Mobilidade é (também) um problema social

Mobilidade é (também) um problema social

Por Carlos Damião (ND, 04/06/2013)
A realidade do paraíso: 1 – No site de uma empresa de imóveis, uma vaga de garagem com 12 metros quadrados, no centro de Florianópolis, é oferecida para venda por R$ 60 mil. 2 – Outra empresa anuncia para aluguel um imóvel, também no Centro, por R$ 45 mil (mensais). 3 – Mais uma imobiliária tem para alugar uma casa, na mesma região da Capital, por R$ 35 mil (mensais). A coisa chegou a um ponto tal em Florianópolis que é possível encontrarmos nos classificados dos jornais “ofertas” do tipo “um confortável apartamento de 3 quartos, na exclusiva Avenida Beira-mar Norte, por apenas R$ 2 milhões”. E o mais impressionante, conforme amigos especializados em mercado imobiliário, é que imóveis por esse preço são vendidos sem discussão, nem barganha. Em compensação, em Palhoça, São José e Biguaçu, a maior demanda é por imóveis na faixa de preço de R$ 150 mil a R$ 250 mil. Grande parte dos compradores “foge” da carestia de Florianópolis, compra carro novo (ou moto) e ajuda, evidentemente, a tornar a mobilidade urbana mais infernal do que nunca na região metropolitana. Sim, a mobilidade urbana é também um problema social, resultante da questão de moradia.
Vizinho
Amigo da coluna contou-me, no fim de semana, que muitas empresas josefenses colocam como preferencial, na seleção de novos empregados, que estes residam no município, de preferência em locais bem próximos do trabalho. O que parece “autoritário” na verdade é uma medida prática: contribui para reduzir os problemas de mobilidade urbana e seus custos econômicos e sociais.