31 maio Dia Mundial sem Tabaco tem campanha focada em crianças e adolescentes
A batalha contra o tabagismo ganha cada vez mais força na sociedade. Hoje, no Dia Mundial sem Tabaco, data criada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) em 1987 para alertar sobre as doenças e mortes relacionadas ao tabagismo, o esforço é para conscientizar o maior número de fumantes possível sobre os malefícios do cigarro. Este ano, a campanha é pela proibição de publicidade, propagada e patrocínio do tabaco. O foco está na prevenção, para evitar que crianças e jovens sejam atraídos pela publicidade a experimentarem o primeiro cigarro, se tornem fumantes e mantenham este hábito na vida adulta.
O tema é o assunto do mês do Instituto RIC, um dos parceiros desta campanha. No portal do instituto há dicas e orientações a respeito do tabagismo.
O Instituto RIC apoia diversas ações relacionados ao tabagismo. Entre elas, a proposta de um projeto de lei de iniciativa popular, que pretende proibir a exposição do cigarro em vitrines, a comercialização dos produtos junto com balas, chicletes e similares e a venda de cigarros em um raio de cem metros próximo a escolas. O objetivo é reunir 30 mil assinaturas para encaminhar à Câmara de Vereadores de Florianópolis.
Para a diretora do Instituto RIC, Luciana Petrelli, as pessoas só percebem a importância do tema quando tem acesso à informação. “Apoiamos todos os envolvidos com este projeto com ações de prevenção. Além disso, visamos ações que promovam cultura e esporte para que os jovens tenham opções de entretenimento saudáveis. Trabalhamos onde o jovem está”, ressaltou.
Maria Aparecida Moura, 50 anos, ensinou os filhos a não seguirem o exemplo da mãe. Ela, que fuma desde os 18 anos, já tentou deixar o vício inúmeras vezes. “Tenho consciência que faz mal. Meus filhos são adultos, mas desde pequenos ensinei que não deviam fumar. Um deles fuma às vezes, mas não é vício”, contou.
Com as campanhas para combater o tabaco, ela se sente incentivada a tentar parar mais uma vez. “Eu parei quando estava grávida, durante a amamentação, mas depois voltei. Sempre que vejo a campanha fico estimulada a parar, mas falta força de vontade, Com meus filhos crescidos, o cigarro é meu único parceiro”, desabafou.
Câncer de pulmão em 90% dos fumantes
Dos dez tipos de câncer mais frequentes no Brasil, sete estão relacionados ao cigarro. E se somar todos, a taxa de incidência é mais alta do que o câncer de mama e de próstata. O câncer de pulmão, em que 90% dos casos se manifestam em fumantes, é o que mais mata no mundo. Apenas 6% dos pacientes sobrevivem à doença nestas condições.
Além de prejudicar os pulmões, o hábito de fumar pode provocar câncer de fígado, laringe, estômago, rim, bexigas e outros órgãos. Senen Hauff, médica oncologista do Cepon (Centro de Pesquisas Oncológicas), acredita que a lei precisa ser mais rígida, para inibir o acesso dos adolescentes ao cigarro. “Onde a fumaça passa vai deixando um rastro de doença”, diz. “A maioria dos fumantes sabe que faz mal, mas não consegue parar por causa do suposto prazer que o cigarro proporciona. Estas pessoas devem buscar ajuda e lembrar que livres do cigarro terão uma vida melhor”, completa.
Ajuda para largar o vício
Quem deseja largar o cigarro e não sabe como ou por onde começar, pode procurar um dos centros de saúde de Florianópolis. Renato Figueiredo, médico de família e diretor clínico dos médicos da Secretaria de Saúde da Capital, explica que existe um programa que oferece tratamento ao fumante que não consegue largar a dependência química sozinho.
O grupo de tratamento funciona em praticamente todas as unidades de saúde da cidade, onde há reuniões, palestras e orientações por quatro sessões seguidas. Após este período, o paciente é acompanhado e pode participar de encontros de manutenção. Algumas unidades oferecem práticas integrativas, como atividades lúdicas e exercícios de relaxamento que auxiliam no processo.
Aos que já tentaram parar de fumar e não conseguem, Figueiredo orienta os fumantes a praticar atividades físicas, evitar hábitos que relacionados ao cigarro e buscar acompanhamento de uma equipe de saúde. “Tem gente que sempre tomava um café enquanto fumava, então devem evitar o café. Quem ainda fuma deve aproveitar a oportunidade e parar imediatamente. A pessoa banca financeiramente o tabagismo hoje, mas depois não paga o tratamento de câncer ou de outras doenças cardiovasculares decorrentes da dependência química”, alertou.
É proibido fumar
Em Florianópolis, há três anos é proibido fumar em recintos coletivos fechados, privados ou públicos. No Brasil, a Lei de Ambiente Livre vigora desde 2011 e, conforme avalia o secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, representa um importante avanço na política nacional de controle do tabagismo. “Estas são formas legais encontradas pelo poder público de proteger a população contra os danos à saúde decorrentes da exposição à fumaça ambiental do tabaco”, diz.
FIQUE POR DENTRO
– De acordo com a Pense (Pesquisa Nacional de Saúde Escolar), 23% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental de Florianópolis, entre 13 e 15 anos, já experimentaram cigarro alguma vez na vida
– A cada dia cerca de 100 mil adolescentes começam a fumar no mundo
– 90% dos fumantes começam a fumar antes dos 19 anos. A idade média de iniciação é aos 15 anos
– O tabaco tem na sua composição mais de 4.720 substâncias tóxicas
– O tabagismo é responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil
– O tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo
– 210 milhões de pessoas no mundo têm a doença pulmonar obstrutiva crônica, que é a sexta causa de morte no mundo e a quinta no Brasil. A estimativa é de que a doença se torne a terceira principal causa de morte por volta de 2020
– Confira mais informações sobre o tabagismo e dicas de prevenção no portal do Instituto RIC: http://www.institutoric.org.br
(ND, 31/05/2013)