10 abr Os primeiros 100 difíceis dias dos prefeitos
Falando para uma plateia de empresários com os maiores PIBs de Santa Catarina, prefeitos de Florianópolis, Joinville, São José, Lages e Chapecó avaliaram os 100 primeiros dias dos respectivos governos. Em comum em quatro dos cinco discursos (José Caramori foi reeleito em Chapecó), as reclamações em torno das heranças dos ex-prefeitos e o desafio de “governar o governo”, frase dita pelo ex-governador Vilson Kleinübing e muito usada pelo atual governador Raimundo Colombo (PSD).
– Essa organização dos empresários, que facilita a comunicação entre a classe e governo, cria espaço para debate, para troca de experiência e conhecimento – disse Colombo.
O encontro ocorreu ontem, em Florianópolis, para cerca de 200 convidados. Entre as autoridades, estavam os senadores Paulo Bauer (PSDB) e Luiz Henrique da Silveira (PMDB). Realizado na Associação Catarinense de Medicina, o “almoço-debate” marcou o lançamento do Lide Santa Catarina. Clube criado com o objetivo de aproximar empresários e gerar negócios, tem 25 associados no Estado e busca novos integrantes. Podem participar empresários que estão à frente de unidades que faturam mais de R$ 100 milhões ao ano ou que tenham lugar de liderança nos segmentos de atuação.
– A gente não pode desassociar o mundo empresarial do governo, seja federal, estadual ou municipal. Essa conexão de maneira madura, profissional e consciente é fundamental. É a integração entre o público e privado – disse Wilfredo Gomes, que preside o grupo em SC.
Prefeitos voltam a reclamar das heranças
Na hora de escolher os convidados, o Lide buscou um de cada região. O objetivo foi ter uma visão geral do Estado. Cada um dos cinco gestores teve dez minutos para falar.
O prefeito Napoleão Bernardes (PSDB), de Blumenau, não aceitou o convite porque tinha outros compromissos. Márcio Búrigo (PP), de Criciúma, também não compareceu. Em tempo: o pepista assumiu o cargo em 31 de março.
Cesar Junior (PSD), de Florianópolis, abriu a rodada. Entre as reclamações, citou a suposta dívida de R$ 238 milhões, herança da gestão anterior. Não disse nada sobre o cancelamento dos alvarás de construção na Capital, um dos mais polêmicos atos do governo até agora.
Com problemas para pagar a folha de Joinville logo no início do governo, Udo Döhler (PMDB) ainda tenta entender os números, especialmente sobre o total de concursados.
– Joinville é um município que conta com 12 mil servidores, mas não sabemos o que 1,6 mil deles – disse Udo Döhler.
Para a prefeita Adeliana Dal Pont (PSD), de São José, o problema está no “total descontrole em todas as contas”. Em Lages, a dificuldade de Elizeu Mattos (PMDB) é “governar o governo”. Para o prefeito reeleito em Chapecó, José Caramori (PSD), os problemas são outros.
– Nós, prefeitos, somos verdadeiros mendigos em Brasília, porque o sistema tributário nacional é injusto e a fatia maior vai para o governo federal – disse Caramori.
(DC, 10/04/2013)